Três perguntas para… |Ana Rita Brás Ferreira, ex-aluna
Uma ex-aluna do Agrupamento
Ana Rita Ferreira foi, em todo o seu percurso escolar no nosso agrupamento, uma aluna extremamente empenhada, brilhante, com uma criatividade digna de registo, sempre pronta a participar nos eventos culturais mais relevantes do nosso agrupamento, sendo uma colaboradora bastante assídua do nosso jornal, tendo concluído de forma brilhante o 12º ano letivo, o que lhe permitiu ingressar num curso de medicina na Universidade de Lisboa.
A esta nossa ex-aluna o “Ponto & Vírgula” perguntou de que o seu percurso escolar a tinha marcado, assim como estaria preparada para encarar os novos desafios que agora se lhe apresentam.
- O que levas como aspeto mais marcante do teu percurso escolar nesta escola que, porventura, te marcará para o resto da tua vida?
Esta escola representou, para mim, o bilhete de entrada para o meu futuro. Não foi uma caminhada perfeita, longe disso, mas nenhuma o será. Tanto aconteceu! Uma pandemia, o início de uma guerra, inúmeras mudanças na avaliação, houve tanto para gerir que, na altura, parecia que tudo demorava uma eternidade e, agora, ao reviver os três anos em que estudei nesta escola parece que tudo passou num ápice. É de destacar os inúmeros projetos em que a escola está inserida, dos quais destaco voluntariado em lares (uma iniciativa incrível!) e o ERASMUS + em que tive a oportunidade de participar e que me marcou muito nesses anos intensos a lutar por uma média que parecia ser inatingível. A escola é muito mais do que aulas, estudar, trabalhos e avaliações, pois, no final, aquilo que fica eternizado em nós são estas atividades tão enriquecedoras que nos ensinam tanto e de tantas formas.
- Quais os maiores desafios com que te estás a deparar neste teu recomeço de caminhada como estudante, noutro espaço, numa instituição com outras exigências, no encontro com novos colegas e professores?
Por vezes, pensei que o meu último ano no secundário estaria a ser o ano mais duro, exigente, complexo, aterrador na minha vida, um ano com inúmeros trabalhos, avaliações, exposições orais, projetos e que, dificilmente, o início do ensino superior distinguir-se-ia tanto desta realidade. Apesar de já nos terem sido dirigidos comentários como “o pior está para vir” e “entrar é fácil”, “o difícil é sair”, nós nunca estamos preparados para o impacto que é o primeiro ano universitário. Passou pouco mais de um mês desde o início desta longa e bonita caminhada que me espera e a sensação que tenho é como se eu quisesse respirar, mas tiraram-me o ar, sentimo-nos a sufocar. De repente, não sabemos nada, somos como uma criança a aprender a andar e por mais que pensemos estar preparados digo-vos que, definitivamente, não estamos! As exigências são agora diversas e se realmente queremos ter sucesso no nosso percurso vamos ter de nos aplicar muitíssimo. Os meus dias passaram a ter 48h e, apesar de os preencher com outras atividades, nunca temos tempo suficiente para tudo. Claro que existem fatores positivos neste novo início, a mudança de cidade - a capital -um mundo paralelo àquele a que estava habituada e que eu tanto adoro, a faculdade incrível, inserida no Hospital de Santa Maria, um majestoso edifício, milhares de pessoas novas que conheces de todo o país, a vida académica e tanto mais…
- Como perspetivas o teu futuro no final do ciclo que acabas de iniciar neste ano?
No final dos próximos seis anos e quiçá de tantos outros, espero sentir-me realizada ao encerrar o ciclo mais longo e importante da minha vida. Não importa o que somos, mas, sim, o quão bons somos a sê-lo. Por isso, eu desejo que o meu futuro seja o espelho daquilo que eu fui e ainda sou enquanto estudante, serei enquanto médica e que tenha um final feliz.