Reflexões ocasionais |Lurdes Neto

Leitura como Fator de Liberdade e Transformação

A meu ver, ler é, indubitavelmente, viajar nas asas da imaginação. Posto isto, o cartoon alude, através de uma jovem aparentemente enlevada, à ideia de que os nossos sonhos, o nosso pensamento, bem como a nossa imaginação, são asas que nos erguem e transportam livremente.
A leitura proporciona criatividade, raciocínio, memória, concentração, clarividência e espírito crítico, entre outros, desenvolvendo a comunicação e imaginação ao seu potencial máximo. Além de ampliar e cinzelar a habilidade da própria escrita, ler Ilumina o nosso discernimento e abre espaço para o cunho pessoal da interpretação, o que, por sua vez, viabiliza a expressão sem barreiras. De modo lacónico, a leitura é parceira inerente da imaginação, no que diz respeito à articulação do átomo com as copiosas galáxias, que muitos consideram longínquas e inacessíveis, ou seja, a união de qualquer indivíduo com qualquer local.
Fruto da leitura, nasce a capacidade de elocução e floresce o conhecimento. Tendo em conta que no passado se deambulava na ditadura, onde a censura, inexorável, extirpava o direito de nos manifestarmos, o único jazigo era a mente. Daí a leitura ter uma pertinência tão significativa na promoção da liberdade. Dantes era-se sujeito à opressão, mas agora cada um de nós é tributário daqueles que fizeram das tripas coração pela liberdade de expressão - encontrada no papel, no ecrã e, até ao presente, no pensamento, na imaginação.
Em suma, nos dias que correm, ainda há quem acantoe a leitura, isto é, quem rasteje languidamente na ignorância, cético da relevância da anterior. No entanto, atesto, na minha humilde opinião de ávido leitor, que o papel da leitura na minha vida está para lá do papel, para lá do ecrã. E, como meio hirto de deslocamento e libertação, ler é profícuo à imaginação, representativo de uma abébia lúdica.