Rubrica: É Psicológico!... |Milena Lopes, psicóloga (GAAF/SPO)

É Psicológico!... Refletindo Sobre Direitos Humanos… O Efeito “Borboleta”

Muito se fala nos dias que correm de direitos humanos… Mas do que se trata afinal?
Os direitos humanos são um conjunto de valores e princípios estabelecidos para proteger a dignidade e a liberdade de todos os seres humanos. Esses direitos são fundamentais e aplicam-se a todas as pessoas, independentemente de sua origem étnica, nacionalidade, religião, género, orientação sexual, estado civil ou qualquer outra característica. Entre eles, destacam-se a garantia de que todas as pessoas têm o direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal. Além disso, todos têm direito à liberdade de pensamento, de expressão, de religião, de associação e de participação política.
Escrito e explicado assim – parece tão lógico, fácil até.
Estamos em 2023. O mundo já passou por tanto; já sobreviveu a tanto… Escravatura, guerras, genocídios… Mas afinal o que sabemos nós sobre direitos humanos? O que aprendemos nós? De onde emerge tanta guerra? Tanta violência?
Alguns poderão argumentar que o ser humano é naturalmente competitivo, agressivo, que herdamos essa característica dos nossos antepassados primitivos para garantir a sobrevivência da espécie e que, por isso, a paz é um ideal inalcançável. Efetivamente, a agressividade faz parte da natureza humana e tem um papel relevante, assim como a competição saudável pode ser altamente estimulante e motivadora. Mas é importante compreender que estes conceitos não podem ser confundidos com violência que envolve uma intenção deliberada de causar dano a outras pessoas. Essa não pode, nem deve ser tolerada!


Uma sociedade civilizada é aquela em que os indivíduos são capazes de controlar a sua agressividade e resolver conflitos de maneira pacífica. Para isso, é essencial desenvolver mecanismos de diálogo, tolerância e respeito mútuo. As convenções dos direitos humanos procuram exatamente criar um enquadramento para uma abordagem mais construtiva, protegendo as pessoas através da promoção de mecanismos legais e pacíficos de resolução de problemas, como a mediação por exemplo.
É então fundamental que a educação e a cultura promovam a consciencialização sobre o respeito pelos direitos humanos e a promoção da paz, informando e capacitando as pessoas para lidar com as suas emoções, os seus conflitos (externos e internos), de forma assertiva, no respeito do valor intrínseco de cada ser humano - nós próprios e os outros como iguais.
Por vezes podemos dar connosco a pensar que estes temas, embora importantes, estão longe de nós… Que isto não acontece à nossa porta, na nossa vizinhança, na nossa cidade ou escola. Até porque, convenhamos, é muito confortável pensar assim – limita a nossa ação e responsabilização. Mas num mundo cada vez mais globalizado, interligado, multicultural – todos os gestos contam, especialmente os que de alguma forma promovem o amor pelo próximo e a paz. A mudança do mundo tem de começar à volta de cada um, na esperança que, tal e qual o efeito “borboleta”, se possa espalhar por aí num bater de asas! É uma missão de vida, uma escolha, que cada um de nós pode abraçar em atos tão simples como espalhar sorrisos pelo corredor da escola, ser bom amigo(a), mostrar empatia pelos que passam por dificuldades… Uma infinidade de pequenas coisas que podem fazer a diferença no dia-a-dia das pessoas que temos à nossa volta e que são, no fundo também, promoção de direitos humanos.
E tu, que energia espalhas à tua volta?

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