Pedro Pinheiro|Textos e Afins

Estavam juntos em poucas ocasiões, mas das ínfimas vezes que se encontravam havia algo autêntico e flamejante. Não se deveria apagar pois era um sentimento que tomava o corpo no real através de leves e queridas carícias nas faces de ambos e os toques suaves entre as mãos dos dois amores.
- Tens as mãos frias – disse ela entrelaçando as suas mãos nas dele com um carinho especial e honesto – Gosto de estar contigo... sinto-me relaxada e feliz por estar perto de ti desta forma...
- Se não te tivesse conhecido no começo deste ano, não sei se me sentiria tão bem como agora...
- Awwwwwwnnnnnn... – declarou a jovem ao mesmo tempo que as bochechas assumiam a belíssima cor de um vermelho cheio de sentimento e vivacidade – Aposto que dizes isso a todas, não?
- Estas palavras não são ganhas por qualquer uma rapariga com uma carinha bonita, mas sim por aquela que me faz sentir em paz, feliz, despreocupado, amado e com vontade de amar! – mencionou o rapaz com plena segurança e num registo muito sério para demosntrar que não lhe mentia e que queria estar com ela durante muito mais tempo – Sinto por ti um carinho especial... Como se te conhecesse desde os tempos dos Antigos.
- Estava-me a perguntar quando é que irias entrar no teu modo fantasioso que já tardava a aparecer!
O ambiente entre ambos ficou sereno, calmo e deslumbrante, quem os visse era como se relesse vários romances dos poetas do século XVIII e XIX transpostos para o mundo real, mantendo sempre o sentimento verdadeiro de amor num tempo de costumes diferentes.
Depois de um ano cheio de amores de infinita paixão, de uma intimidade querida e pura, os dois corações, diriam adeus no final.
- Tens mesmo de ir? Não podes repensar um pouco as coisas? Podes pensar um pouco em como eu me sinto?
- É por tua causa que não durmo, farta de repensar as coisas e estes sentimentos, pretendo levá-los comigo e guardá-los no meu coração terno – dizia já com as lágrimas a escorrerem-lhe pela face rosada.
- Prometo-te que irei ao teu encontro, que não te esquecerei e que te guardarei no meu amor! – disse-lhe agarrando-lhe as bochechas e olhando-lhe nos olhos angustiados e chorosos.
- Farei o mesmo... Agora tenho de ir, a minha mãe já me está a telefonar para me avisar que temos que ir. Despediram-se com um beijo fogoso, duradoro e inesquecível.
Os dois corações seguiram as suas vidas, sempre tendo em grande estima o outro, dedicando-lhe o revivar dos bons momentos que passaram juntos através da maravilha das memórias que tinham um do outro, vivendo cada dia na esperança de se reencontrarem como duas almas esquecidas pelo tempo e movidas pelo deslocar triste da terra em que uma vez caminharam juntos... A terra em que se conheceram, o nome que lhes foi dado e o sentimento emadurecido pelos dois em suaves tons de azul céu e vitoriosos tons de vermelho escarlate. Eram fogo e água, porém, o fogo não cessava perante a ternura da água e a mesma não evaporava devido às vastas e escaldantes labaredas daquela fogo de um vermelho puro.
Forças da natureza opostas que criaram um amor puro e cheio de uma perfeita magintude.

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