Mafalda Nobre
Em pleno século XXI, para muitas pessoas o principal objetivo é conquistar uma vida melhor, mas para outros, a luta pelo bem comum sobrepõe-se aos interesses individuais. Será que estas duas perspetivas se podem conciliar na sociedade atual?
Por um lado, estas duas perspetivas podem-se conciliar usando a luta pelo bem comum para conquistar uma vida melhor. Ao pensar no que a sociedade necessita, ao ajudá-la estaremos a fazer com que algumas pessoas consigam uma vida melhor.
Por exemplo, em Portugal, o nível de sem abrigos é bastante elevado, mas, com a ajuda de projetos sem fins lucrativos que instituições criaram, muitos dos sem abrigos já tem refeições diárias, cobertores, etc. Para muitos pode não significar nada, mas para outros pode significar tudo.
Por outro lado, estas duas perspetivas não se podem conciliar, pois à luta pelo bem comum podem sobrepor-se os interesses individuais. Ao começar com um projeto sem fins lucrativos para o bem de algumas pessoas com dificuldades, ao ver-se que a sociedade adere ao projeto, e este começa a ganhar bastante dinheiro para supostamente ajudar quem mais precisa, os interesses pessoais dos organizadores começam a sobrepor-se, e retiram dinheiro que era para os que mais necessitam para eles próprios.
Por exemplo, com os fogos que houve em Pedrogão Grande, muita gente ficou desalojada e foram criadas linhas telefónicas, as intercomunicações ligaram-se todas a um concerto solidário onde se conseguiu angariar mais de um milhão de euros, etc. Estas contribuições foram todas para Pedrogão Grande. Mas ouviu-se falar numa fuga de dinheiro que houve por parte de Pedrogão Grande, onde o dinheiro dado pela sociedade foi desviado. A população ficou desiludida ao ver que o dinheiro dado para ajudar foi para consumo próprio de alguns indivíduos.
Concluindo, estas duas perspetivas deviam conseguir conciliar-se, mas para muita gente, ao ver que conseguem ficar com uma vida melhor, os seus interesses pessoais sobrepõem-se, deixando assim alguns sem nada.