Afonso Oliveira, 12º D

Ricardo Reis: a resposta à minha pergunta.

Na sociedade em que vivemos, somos constantemente questionados sobre quem gostaríamos de ser. É evidente que, para alguns, a resposta é rápida e direta, já para outros esta parece impossível de dar. De facto, posso, então, entrar nesta reflexão interna para dar resposta à questão inicial “Na temática pessoana, quem escolheria eu ser?”. De início, parece uma pergunta simples, com uma resposta fácil de ser dada, porém ao realizar uma análise mais profunda, noto que são inúmeras as opções e os motivos que me levariam a escolher um heterónimo em específico. Inicialmente, procurei compará-los para facilitar a minha escolha. Assim, comecei por pensar em Alberto Caeiro, mas não me reconheci no poeta bucólico, caracterizado pela adoração da natureza e da perceção do real através dos sentidos, já que podemos perceber o mundo de diversas maneiras e não necessariamente confiar apenas nos nossos sentidos. De seguida, lembrei-me de Álvaro de Campos, o heterónimo conhecido como o poeta da modernidade, pois exalta o moderno e prioriza a força das obras de arte perante a beleza das mesmas. Mas discordo do seu ponto de vista em relação às obras de arte, visto que o coração de uma obra de arte é a sua beleza e a sua mensagem. Continuando nesta jornada de descobertas, olhei, então, para Ricardo Reis, o poeta clássico, helenista e latinista que, nos seus poemas, transmite ensinamentos em relação à sua filosofia de vida e procura a sabedoria dos antigos de maneira a viver uma vida boa. E é nele que encontro a resposta para a pergunta inicial. Por fim, após uma análise profunda dos heterónimos pessoanos, concluo que é em Ricardo Reis que me reconheço, já que procuro através de um processo racional encontrar a melhor maneira de viver a vida.

 

Design by JoomlaSaver