Bárbara Domingues, 12ºF

Ao estudar a obra de Fernando Pessoa ortónimo e heterónimo, percebi que aqueles poemas muitas vezes vistos como uma loucura transmitem muito mais! Posto isto, reflito acerca de qual o heterónimo melhor me representa. Se o poeta guardador de rebanhos inexistentes, se o louco antissocial, se o epicurista estoicista ou se até o próprio ortónimo, o hiper racional fragmentado. Chego à conclusão que talvez seja o heterónimo Álvaro Campos o mais semelhante a mim. Primeiramente, nos seus poemas expressa as suas ideias sem se importar com o que a sociedade vai pensar. É visto por muitos como um louco, mas essa loucura é a sua verdadeira opinião sem falsidades. Ao longo dos anos, cada vez mais me identifico com este pensamento e tento seguir sempre os meus princípios para alcançar os meus sonhos, sem pensar nos julgamentos das pessoas à minha volta, pois só eu sei o que lutei para os atingir. Por outro lado, associo o seu carácter antissocial ao gosto pela minha própria companhia. Campos é de facto alguém que não partilha os ideais comuns à sociedade, pelo que se isola. Contudo, apesar de eu ser uma pessoa que gosta de interagir e no meu meio social me sentir integrada, a situação pandémica atual foi algo que me ajudou a gostar cada vez mais da minha própria companhia. Valorizo o tempo que passo comigo e, acima de tudo, gosto desse tempo! Por isso, o carácter solitário de Campos, na minha personalidade, enquadra-se na introspeção. Este aspeto adequa-se também à poesia de Fernando Pessoa ortónimo, em que o poeta apresenta diversos momentos introspetivos, nomeadamente quando aborda o tema “Sonho e realidade”, onde apresenta inúmeras perspetivas em relação ao que desejava ser. Para fazer estas projeções é necessária a introspeção para termos noção do que já somos e do que podemos melhorar. Assim, este aspeto da minha personalidade assemelha-se ao que é transmitido quer na escrita de Campos quer na de Pessoa ortónimo. Concluindo, estes dois poetas são aqueles com os quais eu mais me identifico. Efetivamente, a poesia de Pessoa é bastante enriquecedora pelo seu conteúdo aparentemente desequilibrado, mas que, posteriormente, revela aspetos que se apresentam muito próximos da minha realidade.

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