Débora Francisco| Opinião


O ideal de criar planos para a vida está constantemente presente no cérebro humano, seja de forma consciente ou inconsciente. Sejam objetivos a curto prazo, como escolher a roupa do dia seguinte, ou ideias para o futuro, como contar a um colega quantos filhos se deseja ter, planear é algo inevitável. No entanto, será assim tão necessário e importante?
Na verdade, saber o que queremos para o nosso futuro é importante. Isto está mais presente em determinadas alturas da vida em que, pela iminência de uma grande decisão, se planeiam todos os detalhes de forma a obter o final mais ideal. Como exemplo, surgem os milhões de alunos por todo o mundo que, no final da escolaridade obrigatória, se deparam com o dilema de continuar o percurso académico ou ir trabalhar. A maior parte destes jovens passam os seus últimos anos a desenhar uma planta do seu futuro de maneira a alcançarem a sua felicidade.
Por outro lado, planear não é a única necessidade da alma humana. A vida é feita de surpresas e, por essa mesma razão, deve-se desenvolver a capacidade de ultrapassar a não-concretização de um objetivo. Exemplificando, existem vários desempregados que caem em depressão graças à situação em que se encontram. Após anos a planear a sua vida, a condição em que se encontram leva-os ao desespero, seja pela falta de dinheiro ou pela perda do trabalho de sonho pelo qual sempre lutaram.
Concluindo, embora a importância do planeamento na vida humana seja inquestionável, há também que saber recuperar após a desilusão de um plano falhado. Por mais que se tente controlar o futuro, os obstáculos a ultrapassar são de origem e crueldade desconhecidas, pelo que se deve manter a esperança, não importando o quão grande foi a queda.

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