Pedro Pinheiro | Opinião


Nesta pintura pode-se observar vários seres humanos, evidenciando-se diferenças entre eles, assim como as ações que estes aparentam estar a realizar.
Com base no visionamento da pintura, é possível proceder-se à análise do belíssimo jogo de cores representado, alternando desde cores quentes no plano frontal para cores frias no plano de fundo, sendo também de fácil perceção o brilhante destaque das sombras no plano frontal da pintura. A ação predominante na pintura é o corte da cana por parte dos escravos, identificando-se no plano frontal da pintura um homem bem vestido, com um chapéu preto, em cima de um cavalo e de cor diferente dos restantes, dando a entender que seria o responsável pelos escravos. Estes eram homens e mulheres, com vestimentas pouco detalhadas tanto em cores, como no uso do tecido no desenvolvimento das mesmas (sem adornos, folhos...). Esta associação é possível devido à ótima representação dos elementos da pintura (escravos, canas, homem a cavalo) passando também uma mensagem verídica e chocante de um dos tempos mais negros da história da humanidade, a escravatura.
Porém, nesta pintura é feito este reencontro com o passado, escuro e imoral, a partir de cores vivas, dando um soberbo sentido de contraste pela cor e pela mensagem representada na mesma, fazendo com que o observador não fique angustiado ao olhar para um passado tão horrível como o representado.
Em suma, a pintura retrata um episódio de um passado desejado esquecido, fazendo-o com excelente exemplarismo e detalhe. É recomendado o visionamento desta pintura, pois, se não se consegue esquecer o passado, que se possa aprender com o mesmo.

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