Carolina Costa | Opinião

Na pintura apresentada é observável uma família de nativos, feita prisioneira por índios soldados em Curitiba. É uma gravura que, do ponto de vista do observador, pode ter várias simbologias, fazendo críticas de uma forma brilhante e subtil.
Aos olhos de quem a vê, esta imagem pode significar vários aspetos, desde críticas à sociedade, tanto à antiga como à atual, até à perda de identidade pessoal e cultural.
Pode observar-se que os nativos estão a ser escoltados pelos índios soldados, como forma de os “guardar”. O facto de o pintor representar os prisioneiros completamente nus é absolutamente brilhante, pois confere uma dimensão enorme à pintura, tendo em conta que pode representar a sua inferioridade ou, até mesmo , a tal perda de identidade cultural e pessoal, devido à, talvez propositada, ausência de bens materiais.
A utilização das cores nesta imagem é fantástica, pois torna mais fácil a compreensão da mesma, isto é, torna a sua mensagem bem mais clara. O pintor utilizou tons melancólicos, visando o facto de também estar representada a escravatura, por ambos os elementos representados; apesar dos prisioneiros estarem a ser capturados para se tornarem escravos, os índios soldados são também escravos. A representação das faces humanas dá um aspeto ainda mais melancólico e forçado, pois todos eles, sem exceção, aparentam estar taciturnos. Ao observar o último elemento do grupo, é notável a presença de um animal morto, que é um esforço do pintor em causar uma presença subtil, mas com uma mensagem poderosa, pois os próprios índios soldados ainda tinham que caçar o seu próprio alimento.
Em suma, o observador chegará certamente a uma das várias mensagens que o pintor pretende transmitir, pois o trabalho e esforço deste foi extremamente bem conseguido e resultou numa gravura absolutamente fantástica.

 

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