P&V

“Me and my Selfie” – o poder da imagem na era do narcisismo- foi o tema do colóquio que decorreu no dia 23 de janeiro no grande auditório da Calazans Duarte. Promovido pelo Gabinete de Imagem e Comunicação (GIC), teve como orador convidado o jornalista e professor universitário do curso de Jornalismo da Universidade de Coimbra, Dr. João Figueira.
O auditório estava apinhado de jovens, que vieram para ouvir, pensar e falar sobre o fenómeno geracional que os/nos leva a esta ação obsessiva e quotidiana de fotografar-se (selfies) e publicar-se nas redes sociais (post).
João Figueira, que pautou a sua comunicação por um sentido de humor irónico, levantou algumas questões pertinentes sobre as quais desafiou os jovens a pensar: que força é esta que nos leva a fotografar-nos e mostrar-nos continuamente? Será a “selfie” um fenómeno verdadeiramente novo?


Abordou igualmente algumas questões que cruzam o uso das selfies com jornalismo, comunicação e política, e apresentou números que ilustram uma das mensagens que quis deixar: 5,8 milhões de portugueses são ativos no Facebook e desses, 78% usam-no diariamente.
Recuando uns séculos, propôs para reflexão as semelhanças e as diferenças entre os autorretratos de pintores e as selfies, e, usando expressões carregadas de ironia, considerou que com as selfies “tornamo-nos paparazzi de nós próprios” e “estrelas” duma espécie de revista “Caras dos pobrezinhos”.
Correndo os riscos de falar por metáforas e outras figuras retóricas, ouviu, do público jovem, algumas intervenções de quem se sentiu moralmente julgado, o que lhe deu oportunidade de, várias vezes, reafirmar que “o importante é que nos habituemos a pensar sobre os nossos comportamentos”.

Design by JoomlaSaver