Alice Marques

À semelhança do que aconteceu por todo o país, os alunos do 5º ao 12º ano do AEMGPoente debateram no dia 15 de janeiro “O Perfil do aluno à saída da escolaridade obrigatória”. Seguindo um calendário e uma metodologia que foi recomendada pelo Ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, as turmas do 5º ao 12º anos, em aula com os diretores de turma, debateram 3 questões e prepararam as respostas e elegeram um representante por turma para estar presente no debate final. Uma mesa constituída por representantes de ano, a presidente da Associação de Estudantes e a Diretora Júnior (que foi empossada nesta sessão) dirigiu os trabalhos da Assembleia, onde estiveram também presentes: um representante da Associação de Pais e Encarregados de Educação, um representante do Instituto Politécnico de Leiria, a Vereadora da Educação, a Presidente do Conselho Geral e o Diretor do Agrupamento. As perguntas propostas pelo senhor Ministro desafiavam os alunos a colocar-se no papel de diretor, no papel de professor e no seu próprio papel, e debater as alterações que fariam para tornar a escola um “lugar onde todos gostassem de aprender”. Não admira pois que as propostas dos jovens, em geral, se parecessem com propostas que as direções das escolas e os professores há muito vêm fazendo. Como diretores de escola, os alunos lançaram para o debate desde a melhoria das instalações e equipamentos, o apelo forte dos alunos da Guilherme Stephens, às propostas pedagógicas de diminuição da carga horária, menos teoria e mais prática, programas menos extensos, mais visitas de estudo, criação de clubes, menos alunos por turma, mais disciplinas de opção à escolha dos alunos, co-docências, fim dos manuais em papel substituídos por manuais on-line, com direito a tablets para todos os alunos, avaliação contínua com instrumentos diversificados , menos testes, entre outras, que não suscitaram grande discussão.


Contudo, houve uma proposta que dividiu a assembleia e suscitou importantes e inteligentes intervenções de alunos e até de outros participantes: a adaptação de disciplinas do ensino secundário como Português e Matemática, à especificidade dos cursos. Esta questão colocou os alunos perante as mesmas dificuldades que os professores também enfrentam sempre que se discute “a adaptação dos programas”. Sábias palavras de Sofia, a Presidente da AE: “nunca haverá consenso sobre isto”.
No papel de professores, foram pertinentes as propostas de mais co-docências, workshops com profissionais diversos, aulas para desenvolver a capacidade de comunicação e aprender a falar em público, mais trabalhos de grupo, debates sobre a atualidade, ou, como uma aluna magistralmente resumiu: “fim das aulas em que os alunos entram, sentam-se e ouvem os professores”.
Mas não se pense que os alunos não têm também uma palavra a dizer sobre as mudanças necessárias como alunos. Eles querem estar em todas: participar no Conselho Pedagógico, ter um provedor do aluno, que os delegados e subdelegados estejam nas reuniões intercalares do princípio ao fim, atividades extra – cozinha, dança, autodefesa, - um novo clube para discutir tudo o que podem fazer na escola…
Uma voz da assembleia, traduzindo a autoconsciência da responsabilidade dos alunos, apresentada pela Gabriela Dâmaso, do 9º E, foi tão fora do tom e tão eloquente que lhe dedicamos uma notícia à parte (ver “Todos erramos… todos somos humanos”).
A fechar o debate, o diretor Cesário Silva apoiou e reforçou muitas das propostas dos alunos, esclareceu o que já está a ser feito “mas nem sempre é muito visível” e congratulou-se com o bom desempenho manifestado nesta assembleia.

 

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