Macro e microcefalia: algumas considerações
Alda Santos


A microcefalia é definida quando o bebé ou criança tem o tamanho da circunferência da cabeça menor do que o esperado para sua idade e sexo. Esta condição pode estar presente no nascimento ou desenvolver-se ao longo dos primeiros anos de vida. Ao contrário do que muitos pensam a microcefalia não é uma doença em si, é na verdade um sintoma, uma manifestação clínica de uma série de condições. Nos bebés e nas crianças, quando o cérebro está em crescimento, a medida do crânio na verdade reflete o adequado desenvolvimento cerebral. Existe a microcefalia primária, quando os bebés nascem com a cabeça menor que o esperado sem motivo ou causa aparente (pode ser apenas herança genética familiar). Já na microcefalia secundária, devido a alguma doença ou fator, há um problema no desenvolvimento cerebral, fazendo com que ele não cresça como o esperado. A macrocefalia é o oposto da microcefalia, ou seja, é quando a cabeça da criança apresenta um tamanho maior do que o esperado para a idade e sexo. Da mesma forma que a microcefalia, existe a macrocefalia primária, chamada de familiar ou constitucional; e a secundária, quando está relacionada a alguma doença, como a hidrocefalia por exemplo. A microcefalia não é um evento novo, ela já é conhecida há muito tempo na medicina. Ela pode desenvolver-se devido a vários fatores em que o feto é exposto ainda na barriga da mãe, bem como doenças e condições que podem afetar a criança após o seu nascimento. As principais causas de microcefalia gestacionais são as infeções congénitas, especialmente no primeiro trimestre da gravidez, sendo as doenças que tradicionalmente estão associadas a microcefalia: rubéola, toxoplasmose e citomegalovírus. A situação mais comum é que a macrocefalia seja uma característica genética familiar, a chamada macrocefalia familiar benigna. No entanto, algumas vezes a macrocefalia do bebé ou da criança pode ser sintoma de alguma doença. O diagnóstico das alterações no tamanho da cabeça (micro e macrocefalia) podem ser feitos, em alguns casos, ainda durante a gestação. Em 90% dos casos a microcefalia vem associada a um atraso no desenvolvimento neurológico, psíquico e/ou motor. O tipo e o nível de gravidade da sequela variam caso a caso, e de acordo também com o fator que causou a microcefalia. Défice cognitivo, visual ou auditivo e epilepsia são alguns problemas que podem aparecer nas crianças com microcefalia. O tratamento existe apenas se a microcefalia for ocasionada por uma causa reversível cirurgicamente, como a cranioestenose (restrição óssea ao crescimento cerebral). Em casos de infeções congénitas, síndromes genéticas, malformações, etc. não há como reverter ou curar a microcefalia com medicamentos ou outros tratamentos específicos. Mas é possível melhorar o desenvolvimento e a qualidade de vida da criança com o acompanhamento por profissionais como fisioterapeutas, terapeutas da fala e terapeutas ocupacionais. Já a macrocefalia secundária a doenças geralmente tem tratamento cirúrgico, como a hidrocefalia, tumores e hematomas

Design by JoomlaSaver