Partidos Políticos e sua Origem | Adelina Fadul


Todos os dias, e em diversos locais, ouvimos falar dos conflitos e debates entre os Partidos Políticos de Esquerda e de Direita. Mas saberemos todos do que tratam e qual a sua origem? A origem dos termos Esquerda e Direita, no âmbito político, ocorreu durante a Revolução Francesa. Esta, por sua vez, foi um dos acontecimentos mais impactantes da História, uma vez que, a partir dela, novos modelos políticos, sociais e culturais surgiram na Europa. A Revolução deu-se em 1789, devido à busca por legitimidade e representatividade política por parte do Terceiro Estado, que correspondia à Burguesia. Estes últimos reuniram-se em Assembleia Constituinte com o objetivo de redefinir o rumo da França, tendo em conta a sua participação na aplicação das ideias discutidas. No local da reunião encontravam-se dois grupos principais. No lado esquerdo do salão estavam os defensores da baixa burguesia e dos trabalhadores, tendo como representante os Jacobinos; e do lado direito estavam os defensores da nobreza e da alta burguesia, sendo representados pelos Girondinos. Consequentemente, esta divergência entre Jacobinos e Girondinos mudou a noção que antes se tinha acerca do lado esquerdo e do direito, perdurando essa mudança até aos dias de hoje nos debates políticos. Os dois partidos divergem, uma vez que defendem diferentes ideias. Comecemos por entender as principais características de cada um. Primeiramente, os partidos de Esquerda defendem a Igualdade, pretendendo acabar com as desigualdades sociais entre ricos e pobres. O seu objetivo é fazer com que deixem de existir pessoas ricas ou pobres, para que assim sejamos todos iguais em termos económicos. Em segundo lugar, defendem o progresso. Estão convictos de que a sociedade necessita de mudar para que seja melhorada. Indivíduos que fazem parte deste partido geralmente falam em progresso e em evolução. Em terceiro lugar, defendem também que o Estado é o instrumento fundamental para a melhoria de um país, dado que se interessa por todos e não apenas por grupos de pessoas ou empresas. Do ponto de vista dos de Esquerda os serviços sociais como as escolas e os hospitais devem ser gratuitos e públicos. Em quarto lugar, defendem que se deve pagar mais impostos, mas apenas se os ricos pagarem mais do que os pobres.

Esta ideia é apresentada devido à crença de que o dinheiro que dela vier será utilizado para ajudar os mais necessitados e para pagar os serviços sociais como a saúde. Assim os serviços sociais tornar-se-iam gratuitos. Em último lugar, os de Esquerda têm maior abertura para temas considerados polémicos na sociedade. Tais como o casamento entre indivíduos do mesmo sexo, o aborto (mediante situações específicas), etc. Os Partidos de Direita defendem a liberdade, uma vez que acreditam que a sociedade ficaria melhor se ninguém for impedido de fazer o que quiser para melhorar a sua vida. Em segundo lugar, são conhecidos como sendo conservadores, pois para eles a sociedade não deve mudar muito. São, portanto, contra as mudanças que põem em causa os valores tradicionais ligados à família e à religião. Em terceiro luar defendem que o Estado não deve interferir muito na sociedade, pois consideram que este atrapalha, é difícil de gerir, não tem em conta os problemas das empresas, entre outros aspetos. Em quarto lugar, defendem que os patrões devem ter mais condições e mais possibilidade de fazer crescer o seu negócio. Deste modo, acreditam que poderão pagar mais aos trabalhadores e poderão disponibilizar trabalho a um maior número de pessoas. Em quinto lugar, a Direita apela a que se pague menos impostos, argumentando que assim haverá mais dinheiro para poupar, investir e consumir, ajudando a economia. Em último lugar, devido à sua característica conservadora, os de Direita são contra mudanças que remetam ao afastamento dos valores antigos. Por isso, discordam com o casamento entre pessoas do mesmo sexo, discordam também com a legalização do aborto e com a adoção por parte de indivíduos homossexuais, etc. Com base na explicação das ideias defendidas por cada partido, compreende-se que eles divergem na forma como tratam de certos assuntos, nomeadamente, os referidos acima. No entanto, há uma faixa de preocupações que hoje fazem parte do ideário, tanto de partidos de Esquerda como de Direita políticas, sob pena de perderem o voto da maioria dos eleitores. São preocupações ligadas à qualidade de vida das pessoas e à democracia. Por exemplo, nenhum partido de extrema esquerda se atreveria, hoje, num sistema democrático, a defender a ditadura do proletariado, como foi apanágio desses partidos no século passado, a partir da revolução bolchevista de 1917. Por outro lado, os partidos da extrema direita não se atreveriam, hoje, a desrespeitar as estruturas sindicais ou a negar legitimidade a estas, para discutir com o patronato e com o governo alterações à lei do trabalho. Qualquer destas atitudes extremistas redundaria no suicídio político dos partidos que defendessem tais ideias. Daí que, atualmente, a tendência nas posições Político-partidárias seja, cada vez mais, à do esbatimento das posturas extremistas, criando como que um grande espaço central moderado, de partidos preocupados com o “Politicamente Correto”, para não afugentar os eleitores dos seus programas.

 

 

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