Diogo Heleno

Aconteceu em outubro do ano presente, dia 23, nova entrega de «Prémios Ciência no Poente», dedicada, também ela, à evocação e (naturalmente) premiação dos alunos que se distinguiram nas áreas científicas desde o 1.º Ciclo ao Ensino Secundário.
Entre a Matemática, os domínios da Biologia, Geologia e Física e Química, dezenas de alunos foram laureados nesta cerimónia, muito escusada do significado protocolar da palavra, esventrar o lugar-comum, muito pouco científico e verídico, aliás, de que os projetos ligados às disciplinas atrás referidas são prerrogativa dos que têm melhores resultados, ou coisa só para alguns ou para outros.
Mais ainda, com os quatro alunos que foram solucionar os conhecidos quebra-cabeças cúbicos de Rubik, a guitarra de Henrique Borda d’Água, a já regular apresentação do prof.º Armando Severino ou a retrospeção do que foi a experiência do projeto CanSat Portugal, a entrega de prémios «Ciência no Poente» revelou não se reduzir ao sentido mais trivial que o leitor comum poderá associar ao nome. Assim, reunidos na escola secundária Eng.º Acácio Calazans Duarte, o auditório, de uma idiossincrasia incrível, poucas vezes foi tão heterogéneo, juntando alunos e professores da EB Prof.º Francisco Veríssimo, da EB Guilherme Stephens, e da própria escola que acolheu o acontecimento, entre outros.

Finalmente, e conectando ao texto as palavras ditas no ano anterior pela prof.ª Manuela Pires na ocasião da mesma cerimónia, falta reafirmar que o partido científico é tomado por todos quantos o quererão tomar e nele reconhecemos que disciplinas como “a mal amada Matemática (…) [são] para todos e não só para alguns”, que “[se adaptam] a todos e não só a alguns” e que funcionam com todos e não só com alguns. A anáfora não deixa de ser necessária, pois a ideia lírica de uma ciência feita de descobertas, fruto de uma inteligência espontânea e inatingível não são a regra nem a norma, tal como não o são nos projetos, nas olimpíadas, concursos ou jogos matemáticos premiadas neste evento, e que afinal “[são] para todos e não só para alguns”.