MÃE TERRA|Sofia Puglielli


Se bem que nesta rubrica já foi tratado o assunto de pequenos problemas com grandes impactos ambientais, nesta edição serão abordadas cinco invenções que, sem dúvida, poderão, se aplicadas em maior escala, contribuir para um maior desenvolvimento sustentável. Em primeiro lugar temos a Graviky Labs, uma startup indiana responsável pela inovação ecológica que converte a poluição em arte duma maneira nunca antes vista. Air-Ink produz os seus materiais através do dispositivo Kaalink, uma tecnologia que consiste principalmente na captura de emissões poluentes, na separação de carbono da fuligem e na mistura desse carbono com diferentes tipos de óleos e soluções, permitindo a criação de tinta. Assim, apenas uma das suas canetas Sharpie pode conter 40 a 50 minutos de contaminação de um carro a diesel. Em segundo lugar, a criação CO2ube de Param Jaggi e Johnny Cohen é um simples sistema de acoplagem, posicionado na saída do escape dos veículos, que permite transformar o dióxido de carbono, e outros gases poluentes, em substâncias não poluentes. Dentro do tubo, o fumo passa por filtros especiais que possuem uma pequena quantidade de algas transformando-se em água, carbonato de sódio, oxigênio e açúcares através de um simples processo químico.

O sistema dura entre seis e oito semanas, após isso o filtro de algas deve ser substituído por um novo, isto, lamentavelmente, acaba por ser um problema, pois o filtro tem um valor de 60 euros que acaba por fazer desta solução sustentável menos factível a nível económico, quando, se fizermos as contas, acabaria por ter um custo de 380 euros anuais ao utilizador. A terceira inovação deve-se aos surfistas australianos Pete Ceglinski e Andrew Turton, criadores do projeto Seabin. Fabricado com materiais reciclados, Seabin limpa os mares, começando pelas marinas e portos onde habitualmente se encontra um maior nível de poluição. Este dispositivo está equipado com uma bomba que suga a água, juntamente com o lixo, os detritos e até o óleo. Os resíduos ficam retidos num filtro de serapilheira enquanto a água é libertada, impedindo que o lixo se espalhe ou se afunde e que se torne mais perigoso para a vida marítima. Em quatro anos de teste não foi apanhado nem um único peixe, não representando qualquer risco para a fauna. A sua comercialização baseia-se num preço a rondar os 2330 euros e a sua manutenção os 18 euros, no entanto cabe realçar a sua maior eficácia em comparação com os métodos convencionais de limpeza.
Por outro lado, a empresa escocesa Biomatrix Water descobriu a resposta a poluição das águas na própria natureza. Com a inovação Biomatrix Floating islands é possível acelerar a recuperação natural de um rio.

Esta série de ilhas modulares artificiais estimulam a presença dos micro-organismos que se alimentam dos poluentes do rio, permitindo que as raízes das plantas fiquem em contacto direto com a água, servindo de abrigo para os peixes e outras formas de vida. Assim, a biodiversidade do rio mantém-se ainda mais viva e a poluição é decomposta pela própria natureza, sem necessidade de utilização de químicos e de uma maneira bonita. Por último, mas não menos importante, encontra-se Hamish Scott, que criou um inovador sistema para iluminar qualquer superfície plana durante a noite sem consumir energia elétrica. O Starpath é uma película impermeável e antiderrapante que capta os raios solares durante o dia e os liberta durante a noite segundo a quantidade de luz natural disponível. A Pro-Teq, empresa que desenvolveu o produto, realizou testes em trilhas do Christ’s Pieces Parks, em Cambridge, na Inglaterra, garantindo que, mesmo em dias de pouco sol, a energia captada é mais do que suficiente para iluminar o caminho e garantir segurança aos moradores.

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