Isilda Silva |(In) flexibilidades

‘Mas e nós?’ interroga Ingrid Bergman ao pedido de Humphrey Bogart para que parta.
A resposta deste é conhecida: «Teremos sempre Paris!».
Horas antes, no famoso bar de Casablanca, Sam tocava «As Time Goes By», lembrando a todos os amantes que no amor, como na vida, o tempo não é linear. E que também há um tempo para partir. Mesmo ficando memórias felizes. Fragmentos de [outros]tempos.
Na verdade, vive-se e ama-se por vezes intensamente, outras serenamente, de múltiplas formas e modos.
Mas o tempo parte.
A vida muda.
O amor acontece.
Todos desejamos que o amor nos aconteça, afirmou Platão.
O amor é um acontecimento. Um certo tipo de relação. Uma relação bela, acrescenta.
Eis o amor platónico: acontecimento e encontro numa relação bela.
Portanto, o amor faz-se!
E o ato de amar transforma-se em resiliência. Transforma-nos.
Será que podemos prometer algum dia amor eterno?
Teremos sempre a resposta de Vinícius de Moraes «…que seja eterno enquanto dure!».

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