Débora Francisco


Embora seja pela sua segurança, o “Chamar a Música” lamenta em informar que o artigo sobre a Feira de Maio, tão planeado nos últimos meses, acabou por ser cancelado. Isto deve-se ao facto dos próprios concertos terem sido cancelados no cumprimento das recomendações da DGS. Assim, esta pequena introdução anterior à verdadeira introdução serve como pedido a que todos os leitores do Ponto&Vírgula que possivelmente tenham efetuado a compra de bilhetes para os eventos que constam do cartaz da Feira de Maio 2020 questionem os respetivos locais de compra sobre o reembolso, como indicado online. Assim, sem mais demoras, avançaremos para o tema em questão. Como nos encontramos em época de isolamento social, questionei-me imenso sobre o que poderia ser o tema deste meu artigo, visto que tenho abordado artistas internacionais nas minhas últimas produções. Considerando o número de álbuns novos lançados nos últimos tempos, cheguei à ideia genial de abordar não uma, não duas, mas sim três cantoras estrangeiras que têm vindo a brilhar a nível mundial desde que o ano de 2020 começou. Para os fãs de música nacional, dedicar-vos-ei um pequeno espaço dos últimos parágrafos deste meu texto, para que possam brilhar também. Seguindo por ordem alfabética, começarei por apresentar a cantora-compositora Doja Cat, cujo início do período de atividade musical remonta aos anos de 2013 e 2014. Amalaratna Dlamini, comummente conhecida pelo nome artístico previamente mencionado, nasceu em 1995, filha de uma família birracial. Por volta de 2018, a artista tornou-se viral com músicas como “Mooo!” e “Juicy”, fama que a perseguiria em 2019. O seu estrelato mundial viria a assentar-se completamente com a participação na trilha sonora do filme “Birds of Prey (e a Fantabulástica Emancipação de Uma Harley Quinn)” e com a sua primeira entrada nas paradas de vários países com a sensação que fora “Say So”. As suas composições têm vindo a receber atenção constante na plataforma TikTok, de tal forma que uma das várias danças criadas ao som das suas canções foi inclusive utilizada pela artista no videoclipe oficial de “Say So”. Para quem não se importa de letras de caráter explícito, esta artista é sem dúvida alguém de novo a seguir. De seguida, a nossa playlist chega a Dua Lipa. Esta modelo britânica já tem assegurado o seu lugar no público desde 2015, com músicas impressionantes como “Be The One” e “Hotter Than Hell”, juntamente com colaborações com nomes importantes na indústria tais como “Scared To Be Lonely” e “One Kiss”, com Martin Garrix e Calvin Harris respetivamente. No entanto, o que realmente surpreendeu e prometeu uma nova Dua na cena musical foi o lançamento do single “Don’t Start Now”, mostrando um lado com novas batidas disco e synthpop- a utilização de sons das épocas dos anos 70 a 90 explica o título do segundo álbum, “Future Nostalgia”- canções novas com traços nostálgicos. Assim, o lançamento do seu tão esperado novo álbum a 27 de março de 2020 trouxe novamente um lugar permanente nas rádios internacionais para a cantora-compositora. Poderá reconhecer os aditivos novos singles como “Physical” e “Break My Heart”, para além dos previamente mencionados. Por fim, o botão shuffle chega à última figura feminina que decidi destacar com maior exatidão. Rina Sawayama nasceu no Japão a 1990 e mudou-se para Londres aos cinco anos, seguindo a via musical como carreira enquanto estudava na Universidade de Cambridge. Com um estilo amplo, a artista recorre a sons pop e R&B dos inícios dos anos 2000 e a guitarras com tons de heavy-metal, como se pode verificar pelos seus hits de sucesso “XS” e “Commes Des Garçons (Like The Boys)”. A modelo e cantora-compositora já se destacou em várias revistas, não só pelo som característico das suas obras como também a liberdade com a qual aborda e explora a sua sexualidade sem quaisquer tabus. Em abril de 2020, após o sucesso da EP “Rina”, a artista finalmente lançou o seu álbum de estreia intitulado “Sawayama”, que promete ser algo de genial segundo críticos. Finalmente, chegamos a umas recomendações adicionais, para alargar os estilos das artistas referidas. Gostaria então de mencionar o grupo coreano LOONA e uma fadista portuguesa neste meu último momento. O grupo, cujo nome coreano se pode traduzir para “Rapariga do Mês”, tem chamado à atenção não só a sua nação como também o público mundial pela imagem de emancipação feminina que tenta transmitir através de sons variados e arriscados, embora venha de uma companhia pequena. Por outro lado, achei importante mencionar Mariza pelo belo anúncio que tenho visto no Youtube do qual esta fadista consta- é fulcral reforçar o talento nacional que o nosso país apresenta, relembrando as músicas que nos fazem companhia diária neste período de isolamento social. Com estas palavras de encorajamento me despeço: espero que continuem a animar a vossa vida com música, para que esta seja mais colorida no meio de toda esta repentina escuridão. Todos os dias, independentemente da situação que nos rodeia, devemos agradecer pelas pequenas alegrias que a vida nos apresenta. Espero que o Chamar a Música o ajude com recomendações variadas e de qualidade. Por enquanto, não se esqueça, como a própria Mariza já cantou, é preciso perder para depois se ganhar!

 

   

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