Pintar Com Palavras | Beatriz Laranjo

Quantas vezes é que já deixaste de fazer algo só porque tinhas medo? Muitas, não é? Eu percebo. Eu também. É normal sentir medo. Principalmente quando estamos em perigo. O medo é uma emoção natural capaz de avisar o nosso corpo acerca de um determinado perigo que se avizinha. Quando nos sentimos com medo, a nossa primeira reação é sempre nos proteger. E é para isso que serve o medo. Para nos proteger. Contudo, isso é bom até certo ponto, pois muitas vezes ultrapassa o objetivo de proteção e acaba por nos limitar. O medo, para muitos um reflexo de um sentimento negativo e para outros de um sentimento positivo, está fortemente ligado a algo limitador, capaz de influenciar todas as nossas decisões. Vejamos um exemplo que ilustre isso mesmo. Imaginem que uma pessoa se encontra numa situação em que tem oportunidade de andar de balão de ar quente, mas tem vertigens. Acham que ela vai escolher andar de balão ou não? Existem mais probabilidades de essa pessoa escolher não andar do que andar tendo em conta que tem medo de alturas. Através deste exemplo é possível concluir acerca do poder limitador do medo. O medo torna-nos cativos, fracos, inseguros, aprisiona-nos, diz-nos que somos incapazes, afasta-nos, faz-nos chorar… O medo é um sentimento assustador enquanto não o superamos. No entanto, como referi anteriormente, o medo também pode ser encarado como um sentimento positivo. Mas como? O medo, parecendo que não, é necessário, dado que nos ajuda a que se tenham certos aspetos em consideração. Por exemplo, imaginemos uma pessoa que está prestes a atravessar uma rua, no entanto essa rua é muito movimentada e não há passadeira por perto. Se a pessoa tiver medo espera que os carros a deixem passar, caso contrário atravessa a rua e pode ter um acidente grave. Assim, concluímos que o medo, em certa medida, é essencial para a nossa sobrevivência. A verdade é que, seja bom ou mau, seja de forma consciente ou até mesmo inconsciente, todos nós temos medo. Uns mais que outros, mas todos nós o temos. E, quando nos limita ou quando se torna incomodativo, é necessário ultrapassá-lo, seja com a ajuda de um profissional ou não. Mas como ultrapassar o medo? Em primeiro lugar, é fundamental aceitá-lo. Se o aceitarmos significa que estamos prontos para o encarar e resolver. Para além disso, é imprescindível o cultivo de pensamentos positivos, ou seja, acreditar e pensar que o medo vai ser superado. Com todos estes requisitos reunidos e ainda mais, é possível superar o medo. Concluindo, o medo é muitas vezes visto como um muro que impede as pessoas de fazerem certas coisas que talvez até gostassem, mas também é visto como algo positivo, uma vez que nos ajuda a lidar com certas situações do dia-a-dia. Por isso, para ti que estás a ler este texto, não temas. Vai, e se der medo, vai com medo. Vive. E não deixes de fazer alguma coisa só porque tens medo do que eventualmente possa vir a acontecer ou o que as pessoas poderão pensar. Tu és mais corajoso e mais forte do que aquilo que imaginas. Força.

 

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