Fí(si)ca Comigo | Ana Rita Brás Ferreira
Stephen Hawking, um físico mundialmente conhecido. Um dos mais brilhantes astrofísicos que passou pelo nosso planeta. Um sobrevivente e um modelo para todos nós. Nasceu no século passado no ano de 1942 e acabou por falecer em 2018, com 76 anos. Segundo alguns autores, ele era considerado uma criança precoce visto que, com apenas seis anos, já construía brinquedos, chegando a ser apelidado de Einstein pelos seus amigos. Como se pode deduzir, ele apresentava comportamentos incomuns e, assim sendo, ele era considerado um exímio a matemática para a sua idade. Na verdade, as suas verdadeiras paixões eram Física e Astronomia e, com apenas 17 anos, recebeu uma bolsa de estudo para estudar Física na Universidade de Oxford. Infelizmente, a ocorrência de acidentes ou o aparecimento de doenças é algo, muitas vezes, incontornável e que alteram significativamente a vida das pessoas, limitando-as ou causando outro tipo de transtorno. Tudo corria bem para Stephen Hawking quando, com 21 anos, após uma queda de patins, foi levado para o hospital e foi diagnosticado com uma doença degenerativa. Esta iria provocar a paralisia progressiva dos seus músculos e, segundo o seu médico, iria levá-lo à morte três anos depois. Apesar deste diagnóstico devastador, ele prosseguiu com a sua vida, casou, teve filhos, trabalhou e, mais tarde, deixou de falar recorrendo a um computador com voz eletrónica para comunicar. Apesar de ter vivido grande parte da sua vida com tantas restrições físicas, isso não o impediu de, em 2007, experienciar a gravidade zero num voo promovido pela NASA ("Foi a pura liberdade, para mim. Fui o super homem durante aqueles breves minutos"- Stephen Hawking). Foram os estudos de Hawking sobre buracos negros que lhe trouxeram notoriedade e reconhecimento. Ele, ao longo da vida, com seu colega Roger Penrose, mostrou que a teoria da relatividade de Albert Einstein implica que o espaço e o tempo devem ter um princípio, que denominou “big bang” e um final dentro dos buracos negros. Uma das suas contribuições mais importantes foi provavelmente a descoberta sobre o facto de os buracos negros não serem totalmente negros e brilharem como corpos quentes podendo evaporar e desaparecer, emitindo radiação Hawking. Todo o seu trabalho foi reconhecido, recebendo, por isso, inúmeros prémios, como por exemplo o prémio especial da Física Fundamental no valor de 3 milhões de dólares. Apesar dos inúmeros prémios que recebeu ao longo de sua vida e do reconhecimento mundial do seu trabalho, ele não recebeu nenhum prémio Nobel. Isto aconteceu, porque os seus trabalhos são em Física teórica e nesta área é mais difícil ser reconhecido pela Academia Real das Ciências da Suécia, que concede estes títulos, devido à dificuldade de provar certas teorias. Stephen Hawking não só assumiu um importante papel na física, como também deve ser visto como um exemplo a seguir. Como ele diria, “Não importa o quanto a vida possa ser má, sempre existe algo que tu podes fazer e triunfar. Enquanto há vida, há esperança.”