Tiago Valeiro (12º E)


Devido às últimas ocorrências relacionadas com a pandemia provocada pelo Covid-19, foi decretado em pelo menos 25 países estado de emergência (dados de 19 de março). Estaremos mais distantes do(s) outro(s)? Evidentemente que sim, se pensar no sentido literal. No entanto, há também a vertente emocional que envolve todos os afetados por esta crise de saúde. É impossível dizer de forma exata se as pessoas estão mais unidas ou não, se há um sentido maior de altruísmo entre a população. Podemos basear toda a ideia nas diferentes formas e plataformas criadas recentemente para entretenimento das pessoas que se encontram em isolamento social, ou dos atos de bondade e respeito para com os profissionais de saúde. Todos os concertos que estão neste momento a ser divulgados pelas redes sociais, as sessões de “stand-up comedy”, via transmissões em direto no Instagram, e até as pequenas homenagens aos médicos, levadas a cabo por uma onda de palmas à janela, são exemplos que nos permitem dizer sem grande hesitação que a população está mais unida que nunca, embora sempre a uma distância de segurança, mas tal não é o caso. Os casos acima enunciados apenas demonstram uma minoria. Com o aumento do tempo em isolamento social há também um crescimento notório nos conflitos interpessoais. As queixas de violência doméstica na China sofreram um crescimento exponencial, após a implementação da quarentena obrigatória, de 40 habituais para 162 na cidade de Jingzhou. O mesmo poderá acontecer em Portugal. No entanto, não estão a ser tomadas medidas eficazes. Por exemplo, o caso da “Máscara-19”, divulgado pela Assembleia Feminista de Lisboa, consistia no uso de uma palavra-chave (Máscara-19) apenas na farmácia do Centro Hospitalar de São João, no Porto, como forma de pedir ajuda por parte das vítimas de violência doméstica, que nunca chegou a funcionar, nem foi planeada pelas autoridades responsáveis, causando assim uma falha vital na defesa das vítimas. Há toda uma série de problemas associados ao isolamento social que devem ser abordados, agora mais que nunca, por parte de entidades superiores que até agora se têm mostrado incompetentes neste aspeto.

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