Pedro Ferreira (12ºF)


Como é que o coronavírus afetou as nossas vidas? Basicamente é esta a questão que o tema propõe. E eu alegro-me muito por me ser dada a oportunidade de abordar um tema tão atual. O coronavírus é uma pandemia que alcançou a escala global afetando não só cada pessoa individualmente como a todos a nível global. Assim, como medidas de prevenção, o mundo, tal como o conhecemos, quase que parou na totalidade. Atenção, o mundo como o conhecemos não deixou de existir, mas foi forçado a mudar. Como sabemos, isto toca a todos. Ninguém, principalmente nos países do primeiro mundo, pode ficar indiferente a esta situação. O direito à livre circulação das pessoas está agora são restrito. Deste modo, o nosso mundo económico tornou-se mais débil, porque agora nem todos os produtos podem circular entre as fronteiras, ou seja, o comércio de produtos foi reduzido. O contacto social tornou-se limitado e até proibido. As fronteiras estão fechadas e muitos dos portugueses que trabalham no estrangeiro foram ficaram retidos noutros países e impedidos de regressar para junto das suas famílias. Vivemos, para o nosso bem, uma espécie de ditadura quanto à mobilidade e ao convívio. Aquilo que tínhamos como garantido foi-se. Muitos postos de trabalho foram postos em causa e outros acabaram mesmo por não resistir. Enquanto isso, afirmaram-se quais são as verdadeiras profissões essenciais para a garantia da continuidade da raça humana. E esses estão na sua maioria nestas áreas: agricultura, pecuária, pesca, saúde, investigação científica e segurança. E isto é somente um resumo, uma vez que, por exemplo, não nos devemos esquecer do saneamento básico e do fornecimento de energia elétrica, pois sem estas duas voltaríamos ao século XVI. Mas foi precisamente por vivermos no século XXI que o coronavírus se propagou com tanta facilidade (daí a paragem das viagens internacionais). Dessas áreas que mencionei (agricultura, pecuária, pesca, saúde, investigação científica e segurança) quero destacar uma: a saúde. Os profissionais de saúde têm dado as suas vidas em prol das pessoas. Sujeitam-se todos os dias, por horas intermináveis e sem o devido descanso, para salvarem as vidas apanhadas pelo flagelo. E gosto de pensar nisto, porque, para mim, o que está a acontecer é uma sombra de uma realidade que já aconteceu: os profissionais de saúde são como o Filho de Deus que se sujeitou à morte para salvar toda a humanidade da perdição e dar-lhe a vida eterna. A história repete-se (vezes sem conta) e toda ela aponta para Deus. Sabendo nós como isto afetou o mundo a nível global, vamos agora olhar para dentro de cada casa. Agora, estamos restritos às nossas habitações e só podemos sair em caso de necessidade. Passámos a ter mais tempo para a nossa família. E isto é bom, mas não acontece com todos. A minha avó está há várias semanas sozinha em casa. A sua única companhia é o cão, mais ninguém. Para ela, estes dias não têm sido nada fáceis, com certeza. Não poder ver os filhos ou os netos e estar só, é duro e requer uma grande força. Apesar dessas exceções (que ainda são bastantes), são mais as casas em que há pelo menos duas pessoas. Agora, gostaria de falar acerca das relações familiares dentro de cada casa. Na China, o número de divórcios, após o começo da pandemia, aumentou. E isto terá acontecido devido à relação entre o marido e a esposa já ser débil. Isto não deveria ser assim. Deste modo, com o coronavírus, a realidade entre eles veio à luz do dia e saiu das sombras em que se escondia. Aliás, nas casas onde há crianças pequenas a situação também é complicada (uma vez que os pais já não sabem o que fazer com elas). Deste modo, podemos ver que muitas famílias têm dificuldade em conviver a tempo inteiro com os seus filhos. Isto não deveria ser assim. Podemos ver então que o coronavírus veio revelar aquilo que de algum modo estava oculto. Ora, eu vejo no coronavírus uma correção do Pai Celestial. É claro que não me alegro pelas mortes e sofrimentos causados. E nem é a isso que me quero referir. O que eu quero dizer é que quem está em casa tem a oportunidade de refletir sobre a sua vida. Será que estamos a valorizar o que realmente deve ser valorizado? Será que a nossa família tem sido tão amada quanto ela merece? Será que a minha vida de hoje vai de encontro ao futuro que almejo? Será que não é Deus que nos está a fazer abrir os olhos para algo que antes nos recusávamos a ver? Quero acabar por dizer que o coronavírus deve ser visto como o fim de um tempo e uma preparação para um novo começo. Aquilo que trazíamos de mau connosco deve ser travado antes do fim desta pandemia. Porém, nós somos quem vai construir o novo tempo que aí vem. O coronavírus veio destruir o que fora edificado sobre a areia (aquilo que não pode perdurar) e veio trazer à tona o que foi edificado sobre a rocha (aquilo que deve permanecer). Podia continuar a profetizar o que há de vir, se é que tal graça me foi dada, mas este não é o sítio indicado para tal. Nós somos o início de um novo tempo, vamos agarrar a oportunidade para remediar o nosso futuro? É agora a chance! O nosso isolamento é o tempo de preparação para aprendermos a viver no mundo global. Que o isolamento nos dê a oportunidade de vermos e corrigirmos os nossos defeitos para que o mundo não tenha de vir a sofrer com eles.

 

Design by JoomlaSaver