Ana Filipa Carvalho |Voltei à Escola

Todos nós temos uma história de vida para contar, acontecimentos que nos marcaram e desses mesmos acontecimentos tirámos uma lição de vida. Para o desenvolvimento do meu portfólio tive de contar a minha “pequena” história, sim pequena, pois devido à minha idade foi um pouco complicado em diversos momentos desenvolver todos os temas pedidos.
Deixei a escola aos 18 anos para ir trabalhar pois o meu aproveitamento não era nada favorável. Um ano depois, senti que deveria finalizar o 12ºano, mas infelizmente, não tive muitas oportunidades. Passados quase 4 anos, tive conhecimento do Centro Qualifica e foi-me dada a oportunidade de terminar esta etapa tão importante da minha vida.
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“A minha mãe teve diversos problemas para engravidar (engravidava, mas abortava espontaneamente), tentando durante vários anos, até que começou por fim, vários tratamentos, um deles um FIV (Fertilização In Vitro), tendo assim conseguido engravidar e ter uma gravidez saudável.
A Fertilização In vitro é a junção do ovócito com o espermatozóide em laboratório, com o intuito de obter embriões já fecundados para transferir para o útero feminino.
Existem vários tipos de problemas a serem tratados com FIV, sendo, no caso da minha mãe, a Endometriose e as trompas obstruídas. Felizmente, nestes dois casos, é possível utilizar sémen próprio, ou seja, o do meu pai, mas noutros casos é impossível.
Na minha opinião, o tratamento por FIV tem muita importância na sociedade, pois existem cada vez mais casais inférteis, uns por mudanças de estilo de vida, como o adiamento da maternidade e alguns comportamentos de risco e outros porque, infelizmente, nasceram com problemas de saúde, o que torna a FIV cada vez mais importante.
No meu caso, até aos dias de hoje, não tive problemas nesse sentido, mas receio sempre um pouco devido ao historial da minha mãe (que infelizmente teve 4 abortos espontâneos). Independentemente de ter sido concebida por tratamento FIV, “herdei” dos meus pais o ADN.”


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“Muitas foram as pessoas que trabalharam na fábrica IVIMA (famílias inteiras), tendo atingido o número de 1100 trabalhadores, acabando por passar para 550 em 1990, poucos anos depois de começar a dar sinais de falência, em 1996.
O meu pai também trabalhou muitos anos na IVIMA, até à sua falência. Segundo ele, quando foi declarada a sua falência (em 1999), o grupo Vista Alegre “agarrou” na empresa, e propôs aos trabalhadores ficarem a trabalhar para este grupo, sendo transferidos para as novas instalações, na zona industrial, entre 1999/2000 com o nome “Neovidro”.
Anos mais tarde (em 2003), acabaram por ser transferidos para Alcobaça, com o nome “Vista Alegre – Atlantis”. Alguns dos outros trabalhadores preferiram ficar com uma % da indemnização a que tinham direito e ir para o desemprego. Ficaram assim as instalações da IVIMA ao abandono tendo sido durante anos um antro de toxicodependentes.”
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“Quando um país assina um acordo sobre o clima compromete-se fazer leis e tomar medidas para reduzir a poluição. Talvez muitas pessoas não saibam que essas medidas são tomadas para cumprir os compromissos. Eu também não sabia, mas agora começo a relacionar:
Por exemplo, eu atualmente pago 220 euros de Imposto Único de Circulação (IUC), por um carro a gasóleo, pois os carros com este combustível são mais poluentes; os carros mais antigos, anteriores a 2000 não podem circular por exemplo no Baixa de Lisboa (ouvi nas notícias), porque também são mais poluentes; os carros elétricos novos são subsidiados pelo governo; ouvi também nas notícias que o governo está a pensar num incentivo para que as pessoas depositem as garrafas de plástico num ecoponto próprio, recebendo vales para compras.
Realmente, todos temos de fazer alguma coisa para poupar o ambiente. E não vale a pena dizer que o que eu faço, só eu, não faz diferença, porque se todos pensarem assim ninguém faz nada.”
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Durante estes meses, senti algumas dúvidas inclusive em alguns dos temas do Referencial de Competências, que consegui esclarecer com pesquisas e nas sessões com as formadoras e com a técnica. Concretizei com facilidade alguns objetivos do PRA, mas outros tornaram-se difíceis de concretizar devido à minha idade e pouca experiência de vida para abordar alguns temas. Na minha opinião, acho interessante podermos escrever sobre nós e a nossa vida e abordar algumas temáticas, mas tornou-se difícil escrever sobre algumas delas, pois é a experiência que nos leva a desenvolver as competências. Com a formação complementar externa aprendi uma língua nova (Alemão). Com o processo RVCC, a minha aprendizagem evoluiu bastante. Após o término deste processo, sinto-me uma cidadã mais consciente e informada. Neste momento, estou a realizar um TESP de Gestão Administrativa de Recursos Humanos e de seguida pretendo ingressar numa licenciatura, pois procuro evoluir profissionalmente para obter um melhor ordenado e também para me sentir realizada.

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