Mariana Farto

Dia Internacional Do Trabalhador

Comemorou-se ontem por todo o mundo o 1º de Maio.
Este feriado não foi apenas instituído porque existem muitos trabalhadores e merecem um dia por ano para não ir trabalhar. Até porque há muitos outros que trabalham e vão cabisbaixos para o local do emprego, pois preferiam estar em casa a descansar e a passar tempo em família; ou outros que vão de cabeça erguida, porque nos feriados recebem o dobro ou o triplo do salário.
Feriado não é um conceito igual para todos, como referi antes, mas são todos criados com um princípio, seja religioso ou político, sendo que 1 de maio é um desses, e é desfrutado em vários países do mundo.
Principiou-se com uma manifestação, em 1886, pelas ruas de Chicago, nos Estados Unidos. Nesta altura, quando rompeu a vaga de manifestações, nos Estados Unidos estava a dar-se a segunda vaga da industrialização que perdurou décadas, durante a qual muitos trabalhadores se mudaram para próximo das indústrias, na expetativa de novas oportunidades de trabalho e condições de vida. No entanto, tudo isto era uma absoluta mentira, e todos estes pobres coitados, que faziam tudo para melhorar as suas vidas, trabalhavam imensas horas, com condições precárias de trabalho e, como é de esperar, com salários baixíssimos.
Não era, sem dúvida alguma, o que o povo esperava, por isso resolveu lutar pelos seus direitos, iniciando uma Greve Geral no dia 1 de maio, que durou 4 dias. Segundo fontes, houve um elevado número de mortes, provocadas por pequenos artefactos explosivos, vindos tanto dos trabalhadores resignados como de polícias. O que é certo é que foram necessárias todas estas mortes para o Governo pensar numa solução, lenta, é claro…, mas esperançosa. Passados três anos, uma organização socialista, reuniu-se em França na esperança de mudar alguma coisa, mas mais uma vez foi necessária a força do povo, com a luta pelos seus direitos. Foi instituído mais tarde, em vários países, o dia 1 de maio como dia internacional do trabalhador.
Não esquecendo o nosso país, mais uma vez ficou atrás de todos estes, visto que a industrialização também foi mais tarde, e assim, todo o resto também veio depois, e durante toda a “gloriosa” ditadura de Salazar, este dia foi oprimido. Só começou a ser um feriado a nível nacional depois da Grande Revolução Portuguesa, o 25 de Abril de 1974.
Para concluir: sem estas lutas de milhares de indivíduos anónimos, bastante corajosos, se calhar ainda hoje viveríamos assim ou pior. Cento e trinta e dois anos depois, por todo o mundo, milhares de trabalhadores continuam a manifestar-se quando os seus direitos são violados. A luta continua!

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