Mariana Farto


Dia Internacional Tolerância Zero à Mutilação Genital Feminina
Hoje decidi que não vou respeitar o nome da minha rubrica “Hoje faz anos”, e vou fazer o “ontem fez anos”, visto que é mais importante o quê e não o quando, com o objetivo de dar destaque a este tema que não costuma ser muito divulgado e, no entanto, ainda existe esta prática, a mutilação genital feminina.
Principiando, para quem não sabe o que é a mutilação genital feminina, apesar de estar bem explicado no seu nome, é a remoção dos órgãos sexuais externos femininos (vulgarmente chamado clitóris), que por ser uma parte sensível do corpo humano provoca uma dor horripilante pois raramente são utilizadas anestesias neste tipo de práticas, e também são utilizados utensílios de corte inapropriados, como por exemplo facas e navalhas. Na maioria dos casos é feito em meninas desde o nascimento até aos 5 anos de idade, mas também acontece a algumas quando chega a fase da puberdade.
Após ser realizada, tal barbaridade é irreversível. As mulheres que são mutiladas e sobrevivem podem sofrer vários tipos de consequências dependendo da maneira como a “operação” é realizada: sofrem de hemorragias que poderam levar à morte, retenção de urina e fluidos menstruais, complicações no parto, dor nas relações sexuais, infertilidade e infeções pelos vários órgãos vizinhos, já para não falar dos problemas psicológicos permanentes.
Estas superstições são levadas a sério em várias culturas, sendo que onde existe mais são alguns países da África e da Ásia. Nestas culturas existe a crença que se a jovem não for “cortada” nunca irá conseguir arranjar um marido, e será vista perante a sociedade como uma prostituta. É que a verdadeira razão desta mutilação é impedir o prazer sexual das mulheres. Este problema ainda é existe em 29 países do mundo. Com base nos dados revelados pela UNICEF, 200 milhões de meninas e mulheres vivem com mutilação genital, e de acordo com o Diário de Notícias, em 2016 foram detetados 80 casos em Portugal, sendo que são pessoas oriundas desses países problemáticos. Todos os anos, 3 milhões de jovens sofrem de mutilação.
Por causa de todas as mortes que existiram, e as pessoas continuarem a manterem-se fiéis a tais crenças, foram impostas das mais variadas leis contra este ato. Contudo, muitos médicos começaram a fazer operações ilegais nos seus próprios consultórios tendo o mesmo objetivo, mas de modo a proporcionar à paciente higiene e anestesia na operação.
Isto é um crime! Atos sem escrúpulos, que colocam a vida de pessoas à beira da morte, e na morte mesmo. Contudo para ajudar as pessoas que sofreram ou que conseguiram opor-se a tal ato existem associações de ajuda e campanhas de sensibilização. Este artigo pretende ser de sensibilização.
Fonte:
https://www.transcend.org/tms/2015/11/portugues-otima-noticia-nigeria-proibe-a-mutilacao-genital-das-meninas/

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