Ana Margarida Silva

“História sem palavras” versus as nossas “Histórias com palavras” 

No âmbito do estudo da crónica “História sem palavras”, de Maria Judite de Carvalho, os alunos das turmas B, C, D e E do 9º ano ficaram sensibilizados com a reflexão que o texto convoca, concluindo que a previsão realizada, pela autora, em 1971, veio a confirmar-se e que o texto se mantém atualíssimo: o ser humano, arrastado pelo progresso, embrenha-se nos ritmos velozes impostos pelas grandes cidades e negligencia a troca de palavras, ainda que anódinas, com o seu semelhante. Tomados pela certeza de que a palavra, enquanto lugar de afeto rumo ao Outro e de cordialidade, deve ser reabilitada no quotidiano e que o silêncio deve ser esboroado, os alunos foram desafiados, a partir de uma frase previamente fornecida, a construir crónicas “às avessas”, introduzindo a presença da palavra, de forma a anular a temática da impessoalidade das relações humanas que atravessa o texto de Maria Judite de Carvalho. Os alunos souberam dar largas à imaginação e, com criatividade e sensibilidade, construíram textos nos quais as entediantes rotinas se encontram engalanadas pelo poder transfigurador da palavra. Damos, aqui, a conhecer alguns desses textos, pois as palavras depositadas à flor do relato farão, certamente, companhia ao leitor. Do mesmo modo, queremos dar destaque às ilustrações realizadas pelos alunos Amélia Nascimento (9ºE) e Renato Sobreira (9ºB) que traduzem, de forma belíssima, os veios temáticos dos textos produzidos.

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