Daniela Lino - 9ºD 

Desço a rua, cumprimento os meus vizinhos, entro no metropolitano, sorrio para a menina que está na bilheteira e digo-lhe “Bom dia!”, ela cumprimenta-me de volta e sem darmos conta acabamos por conversar durante minutos que mais pareceram segundos até ela se aperceber da fila de pessoas a resmungar que se encontrava atrás de mim. Aceito o retangulozinho que ela me oferece em troca, despeço-me com um enorme sorriso na cara, desço as escadas, espero, paciente, que se aproxime o olho mágico da carruagem subterrânea. Ela chega, para, espera que a frenética e apressada multidão entre e parte. Lá dentro, o ruído da ferragem juntamente com o barulho das pessoas a conversarem entre si e de outras a resmungarem acerca de quão atrasadas estão levariam qualquer um ao ponto de rutura, mas nós, citadinos, já estamos habituados a este tipo de ambiente. No meio da multidão, vejo a minha vizinha e vou sentar-me ao pé dela. Inicialmente, ela não me reconhece, mas não é culpa dela, é da idade:

- Olá, minha querida. – diz ela.

- Olá, dona Linda.

- Então? Vai trabalhar a menina?

- Não, felizmente. E a senhora?

- Eu? Eu vou ao mercado comprar os meus legumes.

Infelizmente, tive de interromper a conversa e sair na minha paragem. Subi as escadas do formigueiro barulhento, e sigo pela rua fora – outra rua- entro numa loja. De cesto metálico na mão, cumprimento a mulher da registadora, escolho caixas, latas e latinhas, sacos. Tudo aquilo é bonito, bem arranjado, atraente e barulhento. A menina da máquina registadora admirou as minhas escolhas e comentou que tinha umas caixas iguais em casa, entretanto recebe a nota, dá-me o troco e despede-se com um grande sorriso. Parece ser tão boa pessoa, sempre alegre e pronta a ajudar, quem não gostaria de ser atendido por ela? Volto a casa, com as minhas compras atraentes, ruidosas e tilintantes. Sinto-me no passado. Adoro.

Design by JoomlaSaver