Alice Marques | Um mês, uma eco-escola

O P&V inicia nesta edição uma rubrica dedicada às questões ambientais. Ao longo deste ano letivo, daremos a conhecer os projetos de educação ambiental das escolas do Agrupamento Poente, que por essa razão ostentam a bandeira do programa Internacional Eco- escolas.
São seis as eco-escolas do AEMGPoente: Calazans Duarte, Guilherme Stephens, Fonte Santa, Amieirinha, Ordem e Moita. Nesta edição, publicamos uma reportagem sobre o projeto da Fonte Santa, a partir de entrevistas com a educadora Aida Mira e a professora Geraldina Silva e conversa animada com alguns meninos e meninas, no dia em que a bandeira verde foi exposta.
Se é verdade, como diz o ditado, que “de pequenino se torce o destino”, também é verdade que é de pequenino que se aprende a ter atitudes que preservem o planeta para as futuras gerações. Pequenos gestos como separar lixos, fechar as torneiras ou apagar a luz podem e devem ser ensinados na escola. Não vale a pena dizer que a “educação vem de casa” e “chutar para canto”, quando o que temos de ensinar vai muito para além do que está nos programas das disciplinas. Nada, mas mesmo nada, é mais importante do que ganhar consciência de que só temos uma Terra. E não a herdamos; pedimo-la emprestada aos nossos filhos.

“É preciso fazer mais pelo ambiente”
A exibição da Bandeira Verde, pelo terceiro ano consecutivo, identifica a adesão da escola da Fonte Santa ao Programa Eco-escolas.
Integrada no pinhal, a Fonte Santa tem privilegiado, no seu projeto anual, a relação com a natureza. Mas Aida Mira, coordenadora do estabelecimento e educadora de meninos dos três aos cinco anos, vê nisso uma atitude normal e muito antes de ser Eco-escola já a educação ambiental era uma área do seu trabalho.
Requalificado o edifício, apenas a bandeira verde e o compostor, oferecido pela Valorlis, assinalam alguma diferença e “está prevista colocação de bancos de madeira no espaço exterior”, diz-nos Aida Mira.
Embora o Plano de Ação ainda não esteja feito, todas as ações levadas a cabo nos anos anteriores terão continuidade, outras já estão decididas e algumas já agendadas.
Continuar a insistir na campanha da reciclagem, (separação dos lixos), idas ao Pinhal, uma visita à Praia Velha, e “ressuscitar a horta”, para além das curtas ações diárias já constam no papel. Para Aida Mira, a aprendizagem dos bons hábitos é fundamental em idade precoce, “porque os mais pequeninos absorvem tudo, mas é preciso insistir sempre, sobretudo com os mais velhos, para que estes hábitos não se percam”. “Porque parece que se perdem” reforça a educadora, evocando a memória das vezes em que entra no bar da escola sede do Agrupamento, a Calazans Duarte, e vê a lixeira e desarrumação daquele espaço.


Mas se algo se perde em casa, porque alguns pais não estimulam nos filhos a importância destes pequenos gestos de arrumar, separar os lixos, poupar água ou fechar as luzes, Aida Mira reconhece que a suas atitudes como cidadã mudaram por ter de as estimular nos pequeninos. Atualmente, separa os lixos, reutiliza frascos, roupas, traz para a escola embalagens para reutilizar com os meninos, não desperdiça comida, só usa sacos de pano para ir às compras…!
Como educadora, acha que “é preciso fazer mais: devíamos acabar com as garrafas de água de plástico e ter aqui um dispensador de água, acabar com as palhinhas, utilizar sempre as folhas de papel dos dois lados, manter a horta sempre viva, com a colaboração dos pais…”

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