Beatriz Menino e David Carreira | ProFuturo


O emprego está a mudar, mas esta é uma realidade com a qual já todos nos deparámos. A frase “hoje estamos no limiar de uma nova revolução industrial – a revolução da automação”, proferida por Kennedy, há décadas atrás, continuando atualmente válida, revela que o ser humano sempre receou ser substituído e dominado por máquinas. E desta vez, será diferente?
“A principal razão para desta vez ser diferente é que as máquinas estão a começar, de forma limitada, a pensar. Estão a ganhar poder cognitivo e não apenas físico”, como declarou, em entrevista à Visão, Martin Ford, autor do best-seller Rise of the Robots. A única coisa que podemos ter como garantido é que as máquinas sempre serão mais eficientes que os humanos relativamente à execução de tarefas repetitivas. O medo de ser “trocado” por máquinas pode considerar-se justificável. Porém, é também importante não esquecer a ideia de que, no que toca à inteligência emocional, social ou espiritual, o ser humano sempre será superior. Assim, será necessário não correr “contra” as máquinas, mas sim a seu lado, tal como defende Brynjolfsson, professor do MIT.
Pensamos que é opinião comum, que sempre será mais fácil prever os empregos a ser destruídos do que aqueles que irão ser criados. Podemos, então, apontar que os empregos que correm mais risco de ser automatizados são, por exemplo, operador de caixa, cozinheiro e motorista de táxi; como profissões com menor risco de automação temos médico, professor de ensino básico e jornalista, com base em estudos realizados por Carl Frey e Michael Osborne (2014). Embora se estime a destruição de 40% dos empregos num prazo de 10 anos, tal não é sinónimo de uma redução dos postos trabalho, como defende Sérgio do Monte Lee, líder do setor Technology, Media & Telecommunications da Deloitte em Portugal. Por outro lado, podemos deduzir que a maioria dos empregos, no futuro, irão, então, dar privilégio, essencialmente, às capacidades de: resolução de problemas complexos, coordenação com os outros, inteligência emocional e pensamento crítico.
A Humanidade e o trabalho enfrentam, nos dias de hoje, inúmeras alterações em simultâneo e é isto que diferencia a “revolução” da nova era, a era digital. Avanços tecnológicos, inteligência artificial, inclusão das novas tecnologias no método de trabalho, envelhecimento da população, modificação dos locais de trabalho são alguns dos fatores a que o mundo laboral está exposto.
Esta foi a primeira edição da rubrica “ProFuturo”. Como é percetível após a leitura desta notícia, "ProFuturo" deriva nada mais, nada menos do que uma fusão entre "profissões e futuro". Assim, "ProFuturo" porque nos iremos basear no futuro do mundo laboral, sendo pretendido, em cada edição desta nova e relevante rubrica, focar o futuro de uma determinada profissão, na situação de um país em concreto, no modo como as novas tecnologias influenciam o modo de trabalho, entre outros assuntos que já referidos anteriormente. "ProFuturo" porque nos estamos a preparar "ProFuturo" que nos espera.

 

 

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