A Minha Voz Conta! |Vitória Santos Oliveira

Precisamos do outro nas nossas vidas

Apesar de não parecer uma realidade tão significativa para alguns, a presença das pessoas na nossa vida é de extrema importância. Logo, este ensaio filosófico tem como objetivo revelar e esclarecer tal argumento. Sendo assim, precisamos do outro, porque, a verdade é que como seres sociáveis precisamos daquele abraço apertado, ou daquele comprimento de bom dia. Está no nosso DNA! Conforme explica Martin Grunwald, professor de Psicologia e chefe do Laboratório de Háptica: “A nossa espécie, homo sápiens sápiens, pertence à classe dos mamíferos que precisam de ninhos”. Efetivamente, o contacto físico desempenha um papel muito importante na nossa vida, tendo-se tornado indispensável na nossa sociedade. Pois, ao lado do outro crescemos, aprendemos, alegramo-nos, choramos, partilhamos, amamos… Na obra O paraíso são os outros, Valter Hugo Mãe afirma: “O amor constrói.” e “[...] amar é um trabalho bom”. Ao lado do outro aprendemos a amar e a ser amados e, como companheiros, desenvolvemo-nos e experimentamos um lado doce da vida. Tomando como exemplo, um amigo mais próximo do que um irmão, pode ser um ótimo remédio para os dias doentes.
No entanto, é evidente que nem sempre é fácil amar, ou manter certa proximidade com o nosso próximo. Porém, pergunto-me se não é isso que nos faz crescer, pois, quando entramos em contacto com outras realidades e opiniões, aprendemos a lidar com elas e a respeitar diferentes posicionamentos ou, até mesmo, repensar nossas próprias questões. De facto, Valter Hugo Mãe não errou quando disse no seu livro “que grandes são os que se corrigem” e “ser tudo igual é característica de azulejo na parede e, mesmo assim, há quem misture”. Contudo, não defendo a tese de que as pessoas introvertidas são desumanas (até porque, mesmo as pessoas que possuem uma personalidade mais reservada precisam de afeto e contacto social), ou que sempre devemos ter pessoas ao nosso redor. Entendo, respeito e pratico a ideia de passar um tempo a sós com os meus próprios pensamentos, ou de apenas dar uma pausa nas conversas diárias. O ponto chave aqui é demonstrar que, mesmo ao experimentar tais momentos particulares, o convívio e o estar-se olhos nos olhos são fundamentais para nós, seres humanos, e que no fundo, todos nós desejamos um pouco (ou muito) esse dom do amor. Em suma, acredito que partilhar a vida ao lado do outro é um presente que precisamos aprender a valorizar, pois isto cria em nós um novo olhar de esperança, empatia e gratidão. Por fim, o amor é de facto urgente, e que ele possa crescer cada vez mais em nós.

 

Design by JoomlaSaver