Fí(si)ca Comigo | Ana Rita Brás Ferreira

Certamente que já ouviram falar sobre os termos nanotecnologia e nanociência, no entanto, a sua importância, utilidade e impacto podem não ser tão conhecidos. Efetivamente, é irrefutável que o tamanho de um dispositivo é inversamente proporcional ao seu impacto tecnológico. Os computadores, os telemóveis e as máquinas fotográficas digitais são apenas alguns dos inúmeros exemplos de aparelhos que diminuiram em tamanho e cresceram em tecnologia de forma a poderem satisfazer a procura, cada vez maior, por mobilidade e eficiência. Todo este desenvolvimento é possível devido à nanotecnologia que consiste no estudo de manipulação da matéria em escala atómica e molecular. Tem como objetivo a criação de novos materiais, desenvolvendo novos produtos e processos com base na crescente capacidade de manipular individualmente átomos e moléculas. É de notar que estas partículas têm entre um e cem nanómetros e num metro há mil milhões de nanómetros, o que é extraordinário! Uma das questões que me inquietava era o porquê da utilização destas partículas tão reduzidas e não de outros materiais de uma escala macroscópica. Isto deve-se ao facto dos cientistas por meio da nanotecnologia conseguirem desenvolver materiais e componentes melhores, pois os materiais trabalhados nas escalas métricas que conhecemos não se comportam da mesma maneira em nanoescala. Gases, líquidos e sólidos numa nanoescala podem tornar-se mais fortes ou ganhar propriedades como a condução de calor e eletricidade, ficar mais reativos, entre outros. É por todas estas capacidades (criar materiais mais fortes, finos e duráveis) que a nanotecnologia é bastante usada em diversos setores, nomeadamente nos estudos físicos. Ao escrever sobre este tema, surge a necessidade de destacar algumas das desvantagens da utilização desta escala no desenvolvimento tecnológico e científico. Tal como referido, as partículas nesta pequeníssima escala comportam-se de uma forma distinta e se, por um lado, isso pode trazer avanços incríveis, por outro, muitos cientistas temem que isso possa gerar catástrofes ambientais, biológicas e económicas. Isso porque alguns elementos pouco reativos em escala normal podem tornar-se extremamente perigosos nesta escala. Desta forma, concluo que o futuro da nanotecnologia vislumbra luzes e algumas sombras. Por um lado, espera-se um crescimento global do setor impulsionado por avanços tecnológicos, no entanto os riscos ambientais e de segurança da nanotecnologia poderão ser um entrave para o seu progresso.

 

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