É PsicoLógico! | Carla Botas

As pequenas coisas não são pequenas…
O dia inicia com os passarinhos a chilrear, sente-se o ar frio da manhã e o cheirinho a café acabado de fazer. Dá-se o primeiro abraço do dia e o primeiro “bom dia”. Ouve-se a primeira música a caminho do trabalho e esboça-se o primeiro sorriso. Quem diria que é segunda-feira… Surgem as primeiras conversas matinais, conversas banais sobre temas comuns, mas que permitem às pessoas comunicar, relacionar-se, interagir. Há sorrisos à mistura e ideias que se partilham enquanto a manhã decorre e deseja-se “boa semana” aos colegas. Fazem-se as tarefas matinais e eis que surge a sensação de realização com o dever cumprido. E logo chega a pausa da manhã, o lanche com os colegas, com brincadeiras, sentido de humor e algumas parvoíces que se dizem e que nos fazem rir. Bebe-se o chá quentinho, sente-se o vapor a fumegar nas narinas, que detetam um cheiro delicioso e aquecem-se as mãos na chávena. No decorrer da manhã há trocas de informação e ajudam-se as pessoas a dar passos no sentido da concretização dos seus objetivos. Depressa chega a hora de almoço, uma pausa mais longa, com uma refeição quente e conversas mais profundas sobre temas importantes da atualidade, a guerra na Ucrânia, a inflação, a falta de médicos no SNS, a corrupção na política e em empresas públicas. Degusta-se a refeição, sente-se o sabor da comida caseira e descansa-se da azáfama da manhã. Chega o momento do cafezinho depois do almoço, sente-se o aroma em boa companhia e saboreia-se o café entre sorrisos e conversas. A tarde começa com muitas tarefas que se cumprem, responder a emails, correção de trabalhos, agendamentos e atendimentos, tudo se faz com foco e organização, sempre com uma música ambiente, que aquece a alma e o coração. Tudo é melhor com uma banda sonora a acompanhar. Chega a pausa da tarde e lancha-se com os colegas, há muitos risos, pois alguém faz um comentário hilariante e o lanche termina com diversão rumo às tarefas que nos aguardam e que são realizadas com rigor. Eis que termina o dia, é hora de voltar a casa e estar com a nossa família, dar beijinhos e abraços, pois passaram muitas horas sem nos vermos. Cada um fala sobre como correu o seu dia enquanto se prepara o jantar. Toma-se o banho quentinho, com música ambiente e entre os vapores e a água a correr descomprime-se e relaxa-se o corpo e a mente. Chega a hora do jantar em família, saboreia-se a comida e conversa-se imenso. Termina o dia com o momento da leitura, a sentir o silêncio da noite, a beber um chá à lareira, com uma menta quentinha. Há quem diga que tudo isto não passa de um dia banal, com pequenas coisas, mas as pequenas coisas não são pequenas… São estas “pequenas coisas” que nos dão a sensação de plenitude, de bem-estar, de felicidade e se aprendermos a apreciá-las, a valorizá-las e a agradecê-las, a nossa vida ganha outro sentido, pois quando nos sentimos gratos pelas “pequenas coisas”, elas tornam-se grandes e preenchem-nos de tal forma que nos passamos a sentir completos. Quando estamos envolvidos numa sensação de plenitude, sentimos que não nos falta nada, deixamos de nos vitimizar, de nos comparar aos outros e deixamos de nos focar no que não temos e este é um insight impactante na nossa estrutura emocional, que se reflete no corpo. As emoções positivas protegem-nos, física e psicologicamente, e elevam o sentido da vida, mas para as experienciar temos de as conseguir “ver”, sentir, valorizar e agradecer.
Quais são as tuas pequenas coisas?

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