Pintar Com Palavras | Beatriz Laranjo


Racismo. Uma palavra que para muitos pode ser entendida como algo desagradável e indecente. Mas que para outros não passa de algo extremamente ridículo e com motivo para riso. Esta palavra, tão presente nos nossos dias, pode ser entendida de várias formas. Contudo, esta é descrita pelos especialistas como preconceito ou discriminação por parte de um indivíduo ou grupo de indivíduos contra pessoas com base na sua cor de pele ou por pertencer a um determinado grupo, geralmente considerado um grupo minoritário. Não se sabe bem quando é que o racismo começou, contudo muitos defendem que tudo começou em 1440 com o comércio de escravos africanos pelos portugueses, quando estes, em 1430, navegavam ao longo de toda a costa africana à procura de ouro. Por isso, como conseguem ver, o racismo não é um problema atual. Este tem prevalecido no mundo há já alguns séculos. E, infelizmente, existem muitos países que, desde há um tempo para cá, demonstram algumas atitudes racistas. Por exemplo, nos EUA, quando a separação racial era legal, era notório a existência de uma grande diferença entre raças, onde os brancos tinham muito mais vantagens. Felizmente, em muitos países, esta separação já não é legal. No entanto, é certo que ainda existem muitas atitudes preconceituosas. Todos nós já ouvimos falar sobre o que aconteceu a George Floyd, certo? No dia 25 de maio de 2020, Floyd, suspeito de usar uma nota falsa de 20 dólares a fim de comprar cigarros, morreu em Minneapolis depois de um polícia branco ter pressionado o seu joelho no pescoço de Floyd por 8 minutos e 46 segundos, acabando por provocar a sua morte. Este é apenas um exemplo entre muitos que, infelizmente, em pleno século XXI ainda acontecem no mundo. Esta situação muito provavelmente não teria acontecido se Floyd não fosse negro. Tudo isto incentivou o movimento “Black Lives Matter”, movimento ativista criado em 2013, a sair às ruas e a manifestar-se contra a violência direcionada às pessoas negras. Como disse e muito bem Bob Marley, “Enquanto a cor da pele for mais importante que o brilho dos olhos, haverá guerra.”. Um filme que retrata de forma intensa, mas também muito real o racismo, é “O ódio que semeias”. Neste filme, um rapaz chamado Khalil é morto simplesmente por segurar numa escova de cabelo, a qual para o polícia aparentava ser uma arma. Todas estas atitudes racistas provocam consequências indesejáveis nas vítimas, como por exemplo, o isolamento, a depressão, etc,… É muito triste ver todas estas coisas a acontecerem. Como é que alguém é capaz de julgar outra pessoa, baseando-se na sua cor de pele? A única explicação que me parece ser mais plausível é porque foi educada assim. Viveu a sua vida a achar que era correto julgar os outros que apresentam uma cor de pele mais escura. Há uns anos, Nelson Mandela, manifestou-se ao dizer as seguintes palavras: “Ninguém nasce a odiar outra pessoa pela cor de pele, pela sua origem ou ainda pela sua religião. Para odiar, as pessoas precisam de aprender e, se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar”. Infelizmente, o racismo é uma realidade. E para acabar com isto, é necessária a ajuda de todos. Apesar das diferenças entre as pessoas, como por exemplo, a cor da pele, todos nós somos praticamente iguais. Todos nós somos humanos com sentimentos e emoções e temos muitas coisas em comum. Nenhuma raça humana é superior ou inferior. Todos temos os mesmos direitos e deveres. Todos nós merecemos ser felizes, independentemente da cor da pele. Por isso, eu peço-te a ti que estás a ler este texto, não julgues alguém simplesmente por ter uma cor de pele diferente da tua. A cor não importa, o que importa é o que está lá dentro. A personalidade da pessoa. É como num livro. Às vezes a capa não nos agrada muito, mas o conteúdo, esse sim, agrada-nos. Não julgues o livro pela capa, porque muitas vezes o conteúdo pode nos surpreender e não ter nada a ver com a capa.

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