Mariana Farto

 Dia do tudo e do nada

 

No dia 1 de novembro celebramos em Portugal o Dia do Pão por Deus, ou Dia de Todos os Santos, ou Dia dos Finados ou até mesmo o Dia do Bolinho. Efetivamente existem muitas designações para este dia. E, devido à influência da cultura americana, o dia anterior, o Halloween também já se festeja, disfarçando-nos das figuras mais horríveis e assustadoras. Isto é, para algumas pessoas, mais especialmente para as crianças, é visto como o dia do ano em que, devido a ser feriado, as crianças percorrem as suas terras a bater de porta em porta para pedir aos moradores o dito bolinho, o que é parecido com a tradição americana Trick or Treat (doçura ou travessura). Com o intuito de fazer este peditório, alguns versos ditos pelas crianças ao se dirigirem aos moradores tornaram-se tradição, como por exemplo: -Ó tia, dá Pão-por-Deus? Se o não tem dê-lho Deus! e Pão por Deus, Fiel de Deus, Bolinho no saco, Andai com Deus. Os moradores colocam nos sacos merendeiras caseiras, frutos secos e uma vasta gama de doces, de todas as cores e feitios, que só fazem mal às barrigas destas crianças, mas que lhes dão uma grande alegria e satisfação, como é óbvio. Quem é que não fica feliz com tantos doces em casa e depois ainda pode fazer trocas com os amigos?

Porém, aos olhos de pessoas um pouco mais velhas, e idosos, o Dia de Todos o Santos é dia de prestar homenagem, nos cemitérios, aos parentes que infelizmente já não estão entre eles, colocando velas e flores nas suas campas. Esta tradição nasceu da antecipação do dia dos Fiéis defuntos (2 de novembro), pelo facto de ser feriado e algumas pessoas não irem trabalhar nesses dias.

Finalizando observamos que desde a noite do dia 31 de outubro ao dia 1 de novembro, existem muitas designações, cada uma específica da sua região e tradição, para nomear estas datas, que não sendo todas iguais são semelhantes e que no nosso quotidiano aparentam ser tudo a mesma coisa.

Hoje também faz anos, mais precisamente 262, que o correu em Portugal o terramoto de Lisboa (1755). Foi o maior desastre natural da nossa história. Importa lembrá-lo, sobretudo num momento em que um outro desastre natural, (OS FOGOS), assolou o país incluindo a nossa região do Pinhal de Leiria.

 

(Sítio da imagem: http://fotos.sapo.pt/DoKdZTtOWkHSSmuOYAWJ/)

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