Ipsis Verbis | Mariana Silva

O último ano do secundário e a feitura dos 18 anos acarreta muitas dúvidas e receios, pois é um ano decisivo relativamente ao futuro dos jovens. É um período de mudança encarado não só como o início de uma liberdade desejada, mas também como um ano de reviravolta com muitas responsabilidades. Muitos apontam este ano crucial como o melhor ano da nossa vida, contudo, será mesmo assim? O ano que antecede a entrada para a universidade ou para a vida ativa materializa-se como o início da liberdade com que muitos sonham, seja por verem como objeto de felicidade a independência relativamente aos progenitores, seja pela alegria de poder realizar atividades ditas adultas, fáceis de romantizar na adolescência, como, por exemplo, a obtenção da licença para conduzir, a ida para uma nova cidade longe dos pais, elementos controladores, são duas das atividades que muitos almejam no último ano antes da vida adulta numa tentativa de emancipação, por vezes esquecendo-se das responsabilidades que acarretam. De seguida, o último ano do secundário é, por outro lado, uma fonte de ansiedade e receios, uma vez que com ele surgem um conjunto de obrigações/escolhas difíceis com que um adolescente se depara, numa idade bastante jovem, talvez, com pouca maturidade e experiência para fazer a escolha mais acertada. Por exemplo, a ida para longe da família, a posse de um carro, a primeira votação, a escolha do curso, o pagamento de impostos, entre outros, são objetos de receio e medo para a geração mais jovem que é obrigada a agir e a fazer escolhas para o seu futuro, que irão toldar toda a sua vida. Esta dicotomia irrefutável é um véu que extrai toda a beleza e brilho deste ano de transformação, onde não nos encaixamos no papel de criança/adolescente, sendo qualquer comportamento daí derivado mal visto, nem no papel de adulto, já que a nossa face ainda ostenta a duvidosa mocidade. Em suma, este ano marcante possui duas vertentes: a sua ação libertadora que permite crescer enquanto indivíduo e a que corrompe esse sentimento de emancipação com a rápida necessidade de crescer, causadora de grande anseio.

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