Inês Ruivo (11º E)

Em dezembro de 2019, numa cidade chinesa chamada Wuhan, surgiu uma pneumonia, até à data, desconhecida, que rapidamente proliferou pelo país e, pouco mais tarde, pelo mundo. Hoje, dia 9 de abril de 2020, o mundo encontra-se em quarentena, consciente da fatalidade que se tornou esta “pneumonia outrora desconhecida”, agora denominada cientificamente como Pandemia COVID-19. Esta nova pandemia já registou, ao dia de hoje, um total de 788.522 casos confirmados e 37.878 mortes no mundo. Países como a Itália, a Espanha, os EUA estão “à beira do colapso”, devido à falta de recursos e espaços predestinados ao tratamento dos doentes infetados. Para além disso, por maior que seja a prevenção em relação a este vírus, uma grande percentagem dos doentes infetados são os profissionais de saúde, que abandonaram os seus lares e famílias, para se dedicarem ao bem da sua comunidade, colocando até a própria vida em risco. Na minha perspetiva, como já foi referido várias vezes por jornalistas e profissionais da área, estamos perante uma “Guerra Química”, guerra esta não caracterizada pelo uso de bombas nucleares ou disparo de mísseis, mas por um vírus, uma “gripe” inesperada, desconhecida e para a qual o mundo não estava preparado. Muitos, na sua ignorância, acusam os Chineses de “trazerem o vírus para o mundo”; outros insinuam que estes o desenvolveram para reduzir a população do seu país… já eu acredito que estas “suposições” são, no mínimo, absurdas e provenientes de uma mentalidade popular que, depois de duas grandes guerras e séculos de massacre, ainda não é capaz de pôr de lado o seu orgulho e preconceito quanto à diferença e à multiculturalidade. Tal como as culturas portuguesa e espanhola ainda aprovam a realização de touradas, a cultura chinesa aprova o consumo de carnes de espécies não comuns ao consumo europeu, como carne de animais domésticos e morcegos (animal que dizem ter sido “a causa” desta pandemia). Ainda que discordemos destas práticas, seja num ou em ambos os casos, temos de aceitar que são hábitos e costumes de culturas já muito antigas, às quais devemos respeito, ainda que não as aceitemos. Eu, por exemplo, abomino ambas, pois, a meu ver, apenas promovem o sofrimento alheio, mas respeito a liberdade de cada um de pôr, ou não, em prática costumes dos seus povos. Acredito que este mal veio por bem. As minhas crenças pessoais fazem-me sentir que esta pandemia, que tem posto em causa a vida humana, foi um gesto de autodefesa, por parte da Natureza que já não aguentava mais o impacto ambiental a que tem sido sujeita, nas últimas décadas. Inúmeros documentos científicos têm realçado o facto de que, desde o início da quarentena, o planeta tem melhorado o seu estado ambiental precário de há uns meses a esta parte. É óbvio que muita vai ser a devastação das famílias no final de tudo isto, perante a perda dos seus entes queridos e a “paragem” das suas vidas por um período indeterminado de tempo, mas acho que vamos evoluir para melhor: valorizaremos mais os momentos com as pessoas de quem sentimos saudades, não perderemos tempo com “mesquinhices”, nem seremos tão alheios ao que se passa à nossa volta; teremos um olhar mais atencioso sobre a realidade e faremos o que há para ser feito sem deixar para “depois”, porque teremos noção da corda bamba que é a nossa estadia neste mundo. Enfrentaremos crises económicas, poderemos até passar fome, mas falo por mim que nunca mais chegarei a casa zangada por qualquer arrelia, mas sim com um sorriso no rosto por ter sobrevivido a esta guerra, e estar aqui para contar a história.

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