P&V | Notícia


Saíram-se bem os alunos e alunas do CalaBoca, na apresentação da peça Dicionário, no dia 29 de março, no auditório da Escola Calazans Duarte. Representar esta peça foi mais um desafio para a dúzia e meia de jovens, que tiveram de ir construindo, em palco, em quatro escassos meses, esta difícil peça, com texto da autoria de José Maria Vieira Mendes, integrada no Festival Panos – palcos novos palavras novas, promovido pelo Teatro nacional D. Maria II.
Emanuel Jacinto, ator, professor de teatro no Agrupamento Poente, responsável pela encenação, disse ao P&V que “O texto Dicionário foi uma escolha sua e do grupo, de entre três textos originais de autores diferentes”.
“Dicionário pretende reproduzir a experiência, que não é só de um jovem em crescimento mas que perdura pela vida, de quando nos pedem para ajustar o nosso comportamento a uma vida mais compreensível, uma vida que possa ser descrita e entendida”, pode ler-se na sinopse. No palco são representados oito quadros, construídos a partir de palavras como “entrar” “sair” “contar”, “fazer” vestir”, “viver”, como se a vida fosse um dicionário. A protagonista quase silenciosa da peça, Max, cruza-se com pessoas que tentam moldá-la, domá-la, mas o resultado final é perdê-la.
Segundo a opinião de várias pessoas da assistência, não é fácil de entender a peça porque ela “não conta propriamente uma história”. Esta complexidade torna ainda mais notável o desempenho dos atores/das atrizes, que tiveram de interiorizar e expressar não apenas falas, mas também atitudes, sentimentos…


O festival Panos- palcos novos palavras novas, que visa estimular o encontro entre as novas dramaturgias e o teatro escolar/juvenil, convida todas as escolas do país a participar, por isso as representações-estreias são feitas na presença de um júri, que decidirá quais os grupos (apenas 2) que terão a oportunidade de apresentar a peça em Lisboa. Segundo o encenador Emanuel Jacinto, “a avaliação do júri sobre esta representação de Dicionário foi bastante positiva”, mas esta foi ainda a primeira a que assistiu, das 18 escolas que estão a trabalhar o texto.
Emanuel Jacinto decidiu inscrever o grupo CalaBoca neste projeto, “como motivação extra pela dignificação do trabalho dos jovens”. Ter oportunidade de representar no Teatro do D. Maria II é sem dúvida uma grande motivação para o grupo, mas, diz-nos Emanuel Jacinto, “o mais importante foi ver os alunos orgulhosos do seu trabalho e ansiosos por querer fazer mais e melhor”.
E terão oportunidade para isso, pois, em maio, o CalaBoca levará ao palco do Teatro Miguel Franco, em Leiria, mais uma representação de Dicionário, seguindo-se outra em Coimbra, na Escola Secundária Quinta das Flores.

 

 

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