Alice Marques | Notícia


Entre 2 e 6 de abril, decorreu, na Marinha Grande, a XV Semana da Educação e Juventude. Foi uma semana em cheio. Não apenas por ser cheia de atividades, mas pela diversidade e qualidade das mesmas. Foram mais de 100 eventos nesta iniciativa, que a autarquia promove há 25 anos. Este ano, participaram os estabelecimentos de educação/ensino do pré-escolar ao superior, que, em agrupamento ou sozinhos, tiveram a responsabilidade de organizar as atividades de um dia/noite, para além da participação nas exposições.
Os espaços culturais da autarquia, designadamente Biblioteca Municipal, Casa da Cultura e Auditório da Resinagem, encheram-se de encarregados de educação, professores e alunos, para visitar as sugestivas exposições e assistir a iniciativas tão diversas como espetáculos, ações de formação e até o lançamento de um livro de histórias de vida dos adultos estrangeiros que estudam português na Calazans Duarte.

  
A Semana foi dedicada à multiculturalidade, simbolizando e concretizando o bom acolhimento do concelho às pessoas oriundas de outras nacionalidades, traduzindo-se, por isso, em atividades enriquecidas pela diversidade cultural.
Ao Agrupamento Poente coube, entre outras tarefas, organizar o espetáculo da noite de 4 de abril. Da música à dança e ao teatro, o espetáculo teve momentos altos, um dos quais improvável e inédito: umas dezenas de praticantes de Judo, do Clube de Judo da Marinha Grande e da APPACDM, coordenados pelo judoca e professor João Teixeira, fizeram uma demonstração de judo ao som de Chopin, interpretado pelo pianista Luís Batalha. Foi, para alguns, o momento mais emocionante da noite: “até às lágrimas” disseram alguns; “arrepiante”, admitiram outros.
Contrapondo a esta emoção, os 20 minutos de exibição de Capoeira, pelo grupo Muzenza da Capoeira, de Thiago Benedeti, exaltaram os sentidos do público, pela técnica, elegância e fisicalidade demonstrada pelo grupo dos/das capoeiristas.


A XV Semana da Educação e Juventude fechou também em cheio! Na tarde de 6 de abril, na Casa da Cultura, lidos os discursos de encerramento pelos autarcas, momento que sempre dá dignidade a este tipo de iniciativas, o público assistiu à excelente exibição de Natasha Marjanovic, atriz da antiga Jugoslávia, que, durante 55 minutos, sozinha no palco, contou uma história que, sendo a sua, bem podia ser a dos alunos ucranianos que assistiram à performance. Vento Leste, assim se chama a peça, conta uma história que diz tanto sobre os imigrantes como sobre os portugueses.
Desta semana fica a memória e os registos publicados na imprensa e nas redes sociais. Mas há uma instalação que mantém a sua materialidade: “Árvores Coloridas”. Centenas de horas de trabalho de três dezenas de mulheres (a que acrescento, com justiça, José Lameiras, Presidente da Associação de Pais e Encarregados de Educação da Calazans Duarte) e as doações de peças de crochê e tricô de centenas de mães e avós da comunidade educativa do Agrupamento Poente tornaram possível “vestir” várias árvores da escola sede. O imponente eucalipto do lado sul ficou mais exuberante, com o seu mantel feito de bandeiras dos 25 países de origem dos alunos. Para lembrar, todos os dias, que a diversidade enriquece o mundo.

 

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