Sofia Puglielli| Mãe Terra

Em comemoração do 25 de abril de 1974, o P&V decidiu dedicar esta edição ao momento que marcou a história da nação portuguesa. Foi há 45 anos que se deu o movimento revolucionário que teve por resultado o Portugal que hoje conhecemos e que nem sempre foi assim. Para uma comunidade vítima de um regime ditatorial, as necessidades básicas eram um luxo, e não havia espaço para qualquer preocupação nem consciência ambiental.
Ainda que a partir dos anos 60 tivessem começado a surgir os movimentos ambientalistas e a consciência ecológica a nível mundial, Portugal só veio a conhecer o interesse pelo meio ambiente nos anos 80, uma década após a revolução dos cravos. As práticas desadequadas da época eram resultado de uma produção em massa, sem preocupação ecológica, que procurava satisfazer uma sociedade consumista em desenvolvimento.
O lixo existente, resultante das fábricas, era acumulado à beira das estradas; as cidades não estavam equipadas nem para a recolha seletiva do lixo, nem para a reciclagem; havia um contínuo aumento da poluição atmosférica e sonora, como resultado de uma fraca organização e interesse pelo bem-estar humano e/ou do planeta. Estes eram alguns dos problemas relacionados com a industrialização da época, os quais só foram tomados em consciência pelos cidadãos após o 25 de abril, pois é óbvio que uma nação oprimida por um regime ditatorial tem preocupações maiores do que a situação ambiental.
Foi depois da queda do estado novo que começaram as manifestações contra a má gestão ambiental e, assim, foi na década dos 90 que surgiram os primeiros partidos e associações ambientalistas portugueses, entre as quais se encontra “Os verdes”. O ministério do ambiente apenas foi criado em 1990 e, apesar de altos e baixos, dez anos mais tarde, foram criadas leis e regulamentos cujos objetivos visavam a proteção do ambiente.
Assim, a história portuguesa tem apresentado múltiplas mudanças para melhor depois da revolução. A mesma deu início a um Portugal próspero, que a nível ecológico tem presenciado avanços com o surgimento de leis, regulamentos, organizações e associações que no passado eram inimagináveis. Com o passar do tempo, as necessidades e exigências evoluem, sendo a resposta a as mesmas um sinal de desenvolvimento. Porém, não há que esquecer que a chave do futuro do planeta - o nosso futuro - se encontra no desenvolvimento sustentável, no equilíbrio entre necessidades que a nação exige e os meios, leis e regras com que se satisfazem as mesmas.

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