João Pedro Thomazeck | Textos & Afins

Liberdade, do latim libertāte, é o mais fundamental dos direitos humanos. É o conceito base do bem-estar social e o grande alicerce do mundo civilizado.
Porém, a Liberdade - seja de expressão, de crença, de opinião, de ir e vir, etc. – de que gozamos hoje em dia, não veio de graça, foi conquistada através de muita luta, custou muitas vidas e foi paga com sangue e suor.
Ao longo da história, muitos governantes cercearam o supremo direito, oprimindo e censurando seus cidadãos. Exemplos de regimes autoritários são numerosos e variam de posição no espectro político e no globo, como o Salazarismo, o Nazismo, o Fascismo e o Stalinismo na Europa, as Ditaduras Militares no Brasil e em tantos outros países das Américas, os Regimes Coloniais e, posteriormente, Ditatoriais, que assolam a África ainda nos dias atuais, bem como os vários governos autoritários, que continuam a imperar na Ásia.
É erróneo pensar que vivemos num mundo plenamente livre, ainda há um longuíssimo caminho a percorrer para que esta utopia seja tornada realidade; entretanto, isso não quer dizer que grandes feitos em prol da Liberdade não devam ser celebrados. Como é caso do movimento militar que houve em Portugal no dia 25 de abril de 1974, a famosa Revolução dos Cravos, que derrubou a sanguinária ditadura de António Salazar e instaurou a democracia no país, e tornou o dia 25 de Abril o feriado mais importante do ano.
Mais do que celebrados, os heróis que lutam e lutaram pela Liberdade têm que ser reconhecidos e lembrados, pois sem memória não há futuro, e a maneira mais eficaz para se manter os demónios do autoritarismo afastados, é fazer-se sempre presentes as ideias dos revolucionários. Preservar a Memória Histórica de um povo é um ato de Cidadania, transmitir aos mais novos, já nascidos livres, os horrores do passado é como plantar um futuro mais humano, portanto, é nosso dever cívico, para que a história não só nunca se repita, mas principalmente, nuca seja esquecida, e tampouco perdoada.


Infelizmente, uma nova onda ultraconservadora e revisionista histórica vem se alastrando pelo mundo, grandes nações que sempre foram símbolos de cidadania e tolerância, hoje veem-se impregnadas por pessoas – e governantes – que relativizam a História de acordo com as suas ideologias políticas e cospem no legado dos heróis de outrora, ao mesmo tempo que desmoralizam aqueles que quotidianamente lutam por um mundo mais justo.
Ainda que a ânsia de ser livre seja natural do Homo Sapiens, a Liberdade de forma geral é um facto relativamente recente do ponto de vista histórico, alcançada maioritariamente nos séculos mais recentes. Pode ser por este motivo que ela ainda não receba a devida importância por parte de uma parcela da sociedade, que ainda não seja reconhecida de forma universal como o direito supremo e como o Norte a ser seguido por todos os governos do mundo.
Como Portugal com seu 25 de Abril, devemos todos manter viva a nossa história, para que o cerceamento da Liberdade e a violação de direitos deixem de ser problemas atuais, e passem a ser, simplesmente, factos históricos.

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