Carla Panta| Os Pais dos Pequenos

A geração de abril de 1974 foi preciosa. Promoveu a revolução que permitiu repor o regime democrático em Portugal. O país conta 45 anos de existência em liberdade!
Os pais das nossas crianças mais pequenas nasceram na liberdade. Sobre a ditadura ouviram histórias dos seus próprios pais e avós do tempo anterior ao 25 de abril...
As nossas crianças mais pequenas são filhas de climas de liberdade e netas de tempos de ditadura.
No presente e num futuro, estaremos todos a cooperar para que a sociedade portuguesa se mantenha democrática? A escola está a preparar a comunidade educativa para que preserve esta herança?
E os Pais dos Pequenos já pensaram se estão a desenvolver as melhores estratégias parentais para que os filhos saibam renovar o espírito democrático?
A maturidade da nossa democracia poderá ser feita pela reconstrução de abril?
Poderemos imaginar:
Várias gerações direcionadas no novo abril: o da participação cívica; da consciência dos direitos e deveres; da educação e respeito pelo outro; da inclusão das diferenças; do gosto pela cultura; do desapego pelas coisas materiais da vida; do amor pelo planeta que nos abriga!
Na mesma... Uma revolução pacífica... Pessoas aos milhares na rua (e não nas redes sociais), de todos os níveis socioculturais... Podiam ocupar as rádios e as televisões (desde que o sentido da intervenção fosse o mesmo). A certa altura, uma vendedora de flores podia começar a distribuir flores (cabe ao imaginário de cada um escolher a espécie)... Poderia surgir um “capitão”, jovem do mundo profissional ou universitário, e marchar por Lisboa. Na capital, tomaria posições junto dos ministérios... A população a juntar-se aos poucos... E haveria lugar para os artistas, pintores, escultores, músicos, fotógrafos, dançarinos...
(...)
Se tudo correr bem, a maturidade de abril continuará! A memória coletiva permitirá lembrar a data histórica do 25 de abril e a vida quotidiana de várias gerações possibilitará aplicar os seus princípios.

 

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