Beatriz Roque

Ao longo da história, o homem deparou-se, em inúmeras situações, com a necessidade de optar entre o conformismo e agir apesar dos riscos, sendo ambíguas as opiniões sobre a melhor opção e sobre se a tendência de optar pelo conformismo tem crescido ou diminuído com o passar das gerações. Qual será realmente a tendência e de que modo é que essa beneficia ou prejudica os indivíduos?
Em primeiro lugar, com o aumento da acessibilidade à informação, a forma como as escolhas efetuadas no quotidiano são tomadas tem vindo a modificar-se, verificando-se uma maior preocupação com os riscos implicados nas ações. Essa preocupação é, em inúmeras situações, bastante benéfica para o indivíduo que efetua a decisão, contribuindo para a preservação da integridade física e psicológica, individual e coletiva. Por exemplo, graças à informação dada aos cidadãos, estes são, na generalidade, capazes de avaliar os riscos das suas ações ao tentarem prestar assistência a feridos em acidentes de viação, evitando que estes sejam postos em mais perigo.
Por outro lado, a escolha de, face aos riscos, não agir, leva os indivíduos ao conformismo, pondo em causa os direitos e a segurança, pessoais e coletivos. Por exemplo, recentemente, a opressão exercida pelo governo espanhol sobre os cidadãos da Catalunha, de modo a evitar o referendo que poderá levar à separação dos dois territórios, tem sido observada pelos restantes países que, face aos riscos políticos de tomar o lado da Catalunha, se abstêm do conflito, permitindo a violação dos direitos dos cidadãos.
Em suma, a escolha entre o conformismo e a ação, apesar dos riscos, pode ser benéfica ou prejudicial, dependendo do contexto, devendo ser, na minha opinião, realizada de forma a permitir o resultado mais favorável, a nível pessoal e coletivo, utilizando toda a informação disponível.

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