Margarida Regueira | Textos & Afins

Cozinhar, ler, dançar, cantar, nadar, correr, escrever, pintar, desenhar, dormir, ouvir música, jogar são paixões já pertencentes a outras pessoas. Todos nós, em algum momento, já cozinhámos, lemos, dançámos, cantámos, nadámos, corremos, escrevemos, pintámos, desenhámos, dormimos, ouvimos música, jogámos… Todas as pessoas gostam de uma atividade em especial, dependendo das suas características e situações nas quais a atividade em questão tem de ser exercida. Na minha opinião, a variedade de atividades pelas quais cada um se pode apaixonar deve-se ao facto do elevado número de pessoas existentes, uma vez que, assim, todos podem ter a sua paixão e/ou atividade de que gostam e em que se destacam, podendo descrevê-la. Se o número de atividades fosse reduzido todos fazíamos o mesmo.
Há já algum tempo que acho que descobri a atividade que realmente gosto de fazer e aprender sobre ela. Lentes, paisagens, retratos, flashes, luzes, câmaras são palavras que pertencem ao campo lexical da dinâmica de que vou falar. Para mim, a fotografia é muito mais do que o simples clique no botão, de forma a registar o momento pretendido. A ideia que tenho é que a opinião global acerca da fotografia é realmente o tal simples clique no botão, geralmente localizado na parte superior da máquina para fotografar algo ou alguém, mas esta não é a minha opinião. Capturar no momento certo ou até o movimento certo é para mim uma arte não conseguida por todas as pessoas. Não tremer, ter paciência pelo momento certo, entender a origem da luz de modo a não estragar a foto, perceber a forma certa e a posição correta para tirar a foto são aptidões ganhas pelos grandes fotógrafos que me fascinam imenso.


Neste último ano, a minha forma de pensar sobre a fotografia evoluiu e o meu gosto/interesse cresceu também. Gosto imenso de fotografar e tirar fotografias de diferentes perspetivas, no mesmo local. Num sítio em que a foto básica à paisagem é a mais escolhida, eu gosto de focar os pequenos pormenores que, na minha opinião, tornam a foto única e diferente das da pessoa que tirou a tal básica, antes de mim. São poucas as fotos totalmente básicas que tiro, quase todas encontram-se focadas em algo pouco notado pela maioria das pessoas, mas ao mesmo tempo de grande beleza, pelo menos para mim. De um dos meus pontos de vista em relação a estas fotos, acho que estou a dar uma maior importância a algo que não o tem, por outro lado, não me concentro na paisagem toda, não capto as características todas e não apresento a paisagem toda, o que não significa que a foto esteja melhor ou pior do que a básica, referida anteriormente, que apresenta todas as características do quadro pintado pela Natureza. Apenas estou a tentar mostrar que naquela paisagem que entretanto já havia sido fotografada, existem mais pormenores para além dos que considero os principais, os que nos chamam a atenção imediatamente. Por exemplo, a maioria das pessoas chega a uma escarpa e começa a fotografar o que a rodeia, seja uma praia ou uma paisagem mais rural, uma vez que a primeira intuição é fotografar a paisagem num todo. Neste caso, eu iria tentar encontrar algo menor, com menos destaque e iria transformá-lo em algo mais destacável, já que todos nós gostamos sempre de nos destacar um pouco; acredito que é importante destacar algo pequeno. Portanto, desse modo, iria focar esse ponto e iria apanhar a paisagem, de forma menos nítida, mais destacada, de modo a ter a paisagem toda mas focada num ponto que para todos tem pouca importância, na foto.


Frequentemente, pesquiso algumas fotos já premiadas com o objetivo de perceber o porquê de terem sido premiadas e tentar inspirar-me para futuras que possa vir a tirar. Apesar de saber a exigência de algo feito com o intuito de vir a ser premiado, sonho um dia acordar com a notificação de um email intitulado como “foto premiada”. Gosto muito de ver fotos do «National Geographic», são muitos os fotógrafos desta empresa premiados e com mérito, que me fascinam.
Não me considerando, de todo, alguém que sabe realmente tirar fotos, não apenas clicando no botão, gostaria de me dedicar um bocado mais a este interesse que tenho, porque acho que as fotos que tiramos e a forma com o as tiramos demonstram também um pouco da nossa criatividade e imaginação, e a forma como observamos, descrevemos e compreendemos a paisagem em questão e os seus elementos.

 

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