Oriana Medina (8ºC)

Mais uma vez, as férias chegam ao seu inevitável final e dá-se início a um novo ano escolar, cheio de dores de cabeça, tédio, fadiga, noites perdidas a estudar antes dos testes e alguns quantos risos. Um novo ano de estudo e dedicação para evitar repetir o ano e gastar mais do tempo, que podíamos usar para incomodar os outros com trivialidades, a estudar.
As férias infelizmente já acabaram, e com elas as saídas com amigos, o calor, os dias de praia e piscina, as brincadeiras com água fria que me congelam até os ossos e o doce sabor do gelado. Apesar de todas as coisas boas com que as férias nos brindam, eu tenho saudades, principalmente, do grandioso tempo no qual podia dizer: “não tenho nada para fazer”, porque na altura das aulas, a minha mãe massacra-me todos os dias com a minha obrigação de estudante: estudar para ter boas notas e arranjar um emprego de que eu goste e me dê o dinheiro de que eu preciso para gastar em coisas e assim manter a sociedade em equilíbrio.
No momento no qual me lembraram que faltavam menos de 10 dias para o início das aulas, o pânico começou a crescer dentro de mim, impedindo-me de disfrutar o tempo restante. Antes de dar conta, o dia seguinte seria o dia da minha apresentação. E aposto que quando entraram na escola, grande parte dos alunos pensou: “levem-me de volta para casa.”.
Cada vez que me aproximava da sala indicada, mais real o recomeço das aulas se tornava. O processo de realização foi extremamente lento e até hoje sinto que isto não é real.
As férias já acabaram.
Já nem sei se estou feliz, triste, zangada, incomodada ou assustada com isso, mas uma das coisas que senti, principalmente, foi a ansiedade. A inquietação de rever todos os meus colegas, professores, funcionárias, salas, blocos, conhecer gente nova, descobrir coisas novas, avançar na matéria, folhear os manuais e fazer doodles nas folhas durante os tempos vazios porque não tenho nada para fazer. Embora tenha consciência de que vou ter de me levantar todos os dias mais cedo do que eu queria e ir para a escola, não consigo evitar sentir-me imensamente feliz por estar aqui mais um ano a aprender e a crescer junto dos meus colegas que terão de, tal como eu, estudar para “manter a sociedade em equilíbrio”.
A primeira semana de escola, para mim, é sempre a mais agitada. Na sexta feira ainda há gente a matar saudades até das cadeiras do refeitório, alunos e professores a procurar as suas salas porque não trouxeram o horário ou porque são novos na escola e professores a enganarem-se nos nossos nomes porque têm demasiados alunos para poderem decorar o nome de todos em 5 dias.
Todos os dias, cada um de nós acorda à procura de algo. Seja um amigo, felicidade, conhecimento ou alguém que nos ame como somos. Temos medo de coisas diferentes; gostamos de pessoas diferentes, mas somos todos humanos. Humanos que pensam que sabem como funciona o mundo, mas não sabemos. Todos temos histórias diferentes, mas somos todos iguais, de alguma maneira. E a história de muitos de nós conecta-se na escola. Há drama, amigos, cansaço e apesar dos mais velhos dizerem que serão os melhores anos da nossa vida, a verdade é que a escola é traumatizante para alguns de nós. Na escola nós escolhemos o que queremos fazer e às vezes escolhemos mal. Somos crianças cheias de confiança, chamados pirralhos por alguns, e que se acham os melhores. A escola pode ser infernal e o início da mesma pode ser assustador, mas apesar de muitos de nós quererem saltar esta etapa dolorosa da vida, temos de a encarar cada dia com a cabeça erguida ou, no mínimo, com um sorriso falso para parecermos confiantes e assim não causarmos mais problemas.
No geral, o início das aulas é um acontecimento especial. Não importa quantas vezes já tenha acontecido, sempre vem com aquele nervosismo de ter de recomeçar a rotina de estudo e convivência que é a escola. É realmente uma explosão de emoções regressar.

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