“Precisamos de abandonar a gramática escolar da era industrial”
Alice Marques

Decorreram na tarde de 19 de Setembro, no Grande Auditório da Calazans Duarte, as Jornadas Pedagógicas do Agrupamento de Escolas Marinha Grande Poente. Inclusão, Flexibilidade e Inovação foi o título desta iniciativa pedagógica de arranque do ano letivo 2018/19, que teve dois momentos: a apresentação de conceitos e metodologias que configuram o novo paradigma de educação inclusiva e um momento de partilha das experiências de professoras em escolas de vários países da Europa, no âmbito do programa Erasmus KA1.
Manuela Prata, professora do Departamento de Educação Especial, apresentou uma abordagem do novo paradigma da Educação para Todos, com referência a textos estruturantes de organizações internacionais (OCDE e UNESCO) e às orientações e normativos nacionais mais recentes em matéria de política educativa (Perfil do aluno à saída da escolaridade obrigatória, decretos lei 54 e 55 de 2018).
A informação partilhada ao longo duma hora prende-se com os desafios da educação no século XXI – Educação para todos, conceito abrangente que substituiu, nos normativos, o de educação inclusiva, e o desenvolvimento de competências que o século XXI cada vez mais exigirá dos jovens, como trabalhadores e como cidadãos.
A centralidade do currículo no processo educativo, o trabalho cooperativo, e a disponibilização dos meios de apoio a todos os alunos que e quando enfrentam obstáculos à aprendizagem, não sendo conceitos novos, implicam, para a sua concretização, não apenas que se “abandone a gramatica escolar da era industrial”, como referiu Manuela Prata, mas sobretudo que mudem as práticas pedagógicas. Apresentou, a propósito, dois modelos pedagógicos – Modelo de Intervenção Multinível e Modelo Universal para a Aprendizagem - que deverão ser a base de reflexão.

            
O segundo momento das jornadas foi integralmente ocupado com a partilha das aprendizagens de várias professoras, integradas no Programa ERASMUS KA1, em escolas e outros ambientes, na Islândia, Finlândia, Holanda e Alemanha.
De todas elas, o destaque foi para o trabalho colaborativo dos alunos/trabalho em grupo, a aprendizagem a partir de projetos e procura de soluções para problemas, práticas pedagógicas que muitos professores portugueses conhecem e às vezes utilizam, mas sobre as quais não poderão dizer “esta é a minha prática pedagógica”.
E se para algumas mudanças que os professores terão de fazer é preciso sobretudo reflexão sobre a questão: para que serve o que estamos a ensinar? – a conceção de espaços que permitam (e obriguem) a outras práticas mereceu um momento especial nestas jornadas: uma visita guiada pelo diretor a um espaço renovado e rebaptizado: o laboratório de aprendizagem.

Design by JoomlaSaver