Fátima Alendouro

Erasmus+ Teaching for a Sustainable Tomorrow (TfaST) é um projeto da iniciativa da universidade de Dublin – Trinity College Dublin (TCD), no qual estão envolvidas cinco escolas de diferentes países europeus: Alemanha, Irlanda, Roménia, Suécia e, claro, Portugal, com a participação do nosso agrupamento.
Vivemos numa era em que a informação está disponível a todos e de uma forma muito imediata. Este facto leva-nos à necessidade de repensar a nossa escola e, em particular, o ensino aprendizagem. A participação em projetos como o referido poderá não trazer novidades absolutas a nível de estratégias e pedagogias. Contudo, leva-nos à relexão e, mais importante ainda, torna-nos agentes da mudança. O projeto TfaST tem por base o modelo Bridge 21, o qual se centra na utilização das tecnologias, no desenvolvimento da autonomia, da cidadania, do trabalho cooperativo e de todas as competências que fazem dos nossos jovens cidadãos mais conscientes, responsáveis e ativos na vida da sua comunidade.
A partilha de experiências entre os professores dos vários países, a qual é proporcionada pelos encontros que ocorrem nos mesmos – o primeiro em abril deste ano em Dublin, na Irlanda, e o segundo, mais recentemente em setembro, que teve lugar em Gelsenkirchen, na Alemanha – permite o desenvolvimento e aplicação de diferentes práticas as quais são adequadas à realidade de cada comunidade educativa.
Os mais céticos poderão, com toda a legitimidade, questionar-se sobre a forma como este projeto se reflete concretamente na escola e no ensino aprendizagem dos nossos alunos. Um aspeto prático é a criação de uma “nova” sala, a qual poderemos denominar como laboratório de aprendizagem. Esta sala, pela sua disposição, cores e equipamentos permite que se desenvolva o trabalho cooperativo de forma mais eficaz, motivando os alunos para a aprendizagem.
O último encontro em Gelsenkirchen, na Alemanha, foi particularmente profícuo entre os vários professores. Depois do encontro em Dublin, os docentes, agora mais familiarizados com o projeto e também uns com os outros em termos pessoais, tornaram-se ainda mais colaborantes, iniciando projetos comuns entre as suas turmas. Ora, parece-me que não há forma mais interessante para conhecer outras culturas, desenvolver a comunicação e a tolerância do que o contacto direto entre cidadãos de vários países. Penso que estas interações, que terão início com o projeto, são uma mais-valia para o desenvolvimento das várias competências do séc. XXI, tão importantes para os nossos alunos.
Os encontros nos diferentes países, além de permitirem o contacto com realidades educativas diferentes, também permitem aos vários professores conhecer as culturas, tornando-nos seres ainda mais abertos, tolerantes e capazes de transmitir valores de solidariedade e cidadania aos nossos jovens. Mas, o interesse não se esgota aqui. É importante replicar e, para isso, divulgamos as nossas experiências através do Ponto & Vírgula, mas também diretamente junto dos colegas partilhando todas as experiências, conhecimentos e entusiasmo!
Tal como referiu a professora Paula Lemos, relativamente ao encontro na Alemanha, “apesar de ter sido uma experiência cansativa, valeu a pena pelo enriquecimento profissional que proporciona. O contacto com docentes com outras realidades pedagógicas dá a conhecer outros modos de fazer e relativiza o que pensamos do que nós próprios fazemos. Isso leva-nos a desejar experimentar novas práticas e é aí que reside toda a importância destes projetos. A reflexão que resulta dessas experiências faz-nos crescer e, deste modo, fazer crescer os nossos alunos.”

   

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